"Precipitada, desnecessária e equivocada", diz Consórcio Nordeste sobre liberação de máscaras
O Comitê Científico ainda considera que é "prematuro" dizer que a pandemia acabou, já que o vírus continua circulando no Brasil e no mundo
08:36 | Abr. 23, 2022
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4) considera “prematuro” considerar que a pandemia acabou. Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 20, o grupo aponta que o vírus da Covid-19 continua circulando no mundo, possibilitando o surgimento de novas variantes de preocupação e provocando novas ondas da doença. O órgão considera injustificável que o Ministério da Saúde revogue a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. “O Brasil ainda registra mais de 14 mil novos casos diários da Covid-19, e também mais de 100 óbitos diários”, enfatiza no boletim.
A liberação do uso de máscaras em ambientes fechados é considerada como uma medida “precipitada, desnecessária e equivocada”. “O relaxamento exagerado das medidas de contenção da Covid-19 no momento é prematuro, pois poderá dar a população uma falsa sensação de segurança, que poderá resultar em novos casos e mortes evitáveis”, aponta o Consórcio. No caso de estados que já liberaram máscaras em ambientes fechados, o Comitê sugere que os responsáveis de restaurantes, cinemas, teatros, entre outros estabelecimentos, mantenham avisos recomendando o uso de máscara.
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A intensificação da vacinação também é uma cobrança do Comitê, já que as pessoas imunizadas são menos susceptíveis a desenvolver quadro grave da Covid-19. A vacinação das crianças e idosos ainda é uma das principais deficiências do País, aponta o Consórcio. “É da maior relevância que os governos promovam campanhas públicas de esclarecimento sobre a importância da vacinação e desconstruam fake news constantemente disseminadas por redes sociais”, insiste.
No total, 310.589 crianças de cinco a 11 anos receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no Ceará, enquanto mais 640 mil foram vacinadas com pelo menos uma das duas doses contra a doença. Já entre os idosos com mais de 75 anos, 44 mil dos quase 370 mil que receberam a segunda dose não voltaram para receber a terceira dose, de reforço. Os dados são do Vacinômetro da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Ainda em relação à imunização, o Comitê cobra que governadores e prefeitos façam campanhas de divulgação da necessidade de vacinação contra a gripe e disponibilizem os insumos na rede pública de saúde. "Na Região Nordeste, a gripe está gradualmente se disseminando desde o mês de março, e as internações na rede hospitalar de pessoas com gripe são comparáveis às de pacientes com Covid-19", aponta.