Flexibilização do uso de máscara deve ser avaliada com cautela, recomenda AMB

Associação Médica Brasileira divulgou boletim nesta quinta-feira, 10, sobre o uso de máscaras no atual momento da pandemia. Estados e municípios têm retirado obrigatoriedade da medida de proteção contra a Covid-19

22:28 | Mar. 10, 2022

Por: Ana Rute Ramires
Para uso correto, a máscara deve cobrir a boca e o nariz (foto: Aurelio Alves)

Pelo menos 11 Capitais já retiraram a obrigatoriedade de uma das principais medidas para evitar o contágio da Covid-19: o uso de máscaras. O Comitê Extraordinário de Monitoramento CoviD-19 da Associação Médica Brasileira (AMB) lançou nesta quinta-feira, 10, boletim sobre a discussão da liberação. Entidade recomenda cautela.

Pelo menos nove capitais já liberaram a circulação sem uso de máscaras em locais abertos e outras duas têm data de flexibilização marcada para a próxima semana. No Ceará, desobrigação do uso de máscaras em ambientes abertos deve estar entre as pautas da reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19 nesta sexta-feira, 11.

Documento afirma que Brasil está em "período de queda da média nacional de casos e de óbitos" e que "a circulação do vírus se mostra menor". Contudo, entidade pondera que há enormes diferenças nos cenários da Covid-19 em diferentes locais. 

"Entretanto, a despeito desse cenário melhor comparado a outros que já vivemos, o CEM COVID AMB compreende que temos um país de proporções gigantescas e com coberturas vacinais regionais muito díspares e, portanto, precisamos ter cautela quanto à questão do uso opcional de máscaras na prevenção de infecções respiratórias", frisa.

A associação defende que, "com eventuais exceções", de forma geral o uso de máscaras deve ser mantido "com atenção particular aos locais fechados".

A AMB destaca a importância de uma tomada de decisões realizada com segurança e partir da análise dos contextos locais. É preciso que "cada Estado ou Município avalie os seus indicadores epidemiológicos e a sua cobertura vacinal".

"Uma flexibilização indiscriminada pode ampliar os riscos à população, ainda mais à parcela não vacinada ou com esquema incompleto e principalmente os imunocomprometidos", acrescenta. Entidade finaliza boletim alertando a população sobre a importância da vacinação, com destaque para a imunização infantil, que permanece com baixa cobertura em algumas regiões.