Covid: média de mortes por dia aumenta 10 vezes entre dezembro e janeiro na Capital
Média diária subiu de menos de um para dez óbitos no período. Contudo, é possível observar queda no número de casos em relação ao pico da terceira onda, segundo o Boletim Epidemiológico Secretaria Municipal de Saúde (SMS)Com a terceira onda da Covid-19, impulsionada pela variante Ômicron, as mortes diárias voltaram a aumentar rapidamente em Fortaleza. A média de mortes saltou de menos de um registro por dia em dezembro para dez óbitos a cada 24 horas em janeiro. Entretanto, é possível observar queda importante do número de casos em relação ao pico da média da terceira onda, no dia 19 de janeiro.
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As informações constam no Boletim Epidemiológico semanal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado nesta segunda-feira, 7. Nas três primeiras semanas de 2022, houve aumento explosivo de confirmações, caracterizado pela progressão exponencial do número de casos diários até então inédita.
"Mesmo com problemas no fluxo de informações e instabilidade dos sistemas nacionais, associados à subnotificação e limitação do diagnóstico laboratorial de casos leves e assintomáticos, a curva epidêmica, que vinha se expressando como um platô, passou a apresentar inclinação, que de modo brusco, tornou-se agudamente ascendente", detalha o documento.
O aumento de casos da terceira onda se reflete nas mortes pela doença, mas isso é observado em menor intensidade com relação à primeira e à segunda ondas. Entre os dias 31 de janeiro e 6 de fevereiro ocorreram 41 óbitos, com média móvel estimada de 5,9. Este valor é, preliminarmente, inferior ao registrado duas semanas atrás, quando a média foi de 16 óbitos. Mas essa queda também reflete atraso das notificações mais recentes.
A diminuição das mortes vinha sendo registrada desde maio, potencializada pela campanha de vacinação. A introdução de uma variante altamente transmissível, contudo, provocou novo aumento das mortes diárias. Mesmo que seja menos agressiva, a Ômicron tem potencial para causar casos graves, principalmente, em indivíduos não vacinados e naqueles com mais de 75 anos com comorbidades e sem a dose de reforço.
Redução de casos
O pico de casos da terceira onda foi identificado em 19 de janeiro, quando a média móvel foi de 3.261 confirmações. Tanto esta média móvel, quanto o número de casos com data do início dos sintomas no dia 17 de janeiro (4.248), são registros mais elevados de toda a pandemia, mensura a pasta.
A secretaria esclarece que, apesar de recente atualização dos sistemas, com a inserção de milhares de casos "represados", uma estimativa mais precisa da transmissão ainda está prejudicada pela subnotificação e subdiagnóstico.
A média móvel de hoje (285,6 casos) também reflete esse retardo da notificação dos casos. Mas a análise destaca: "quando consideramos a média de duas semanas atrás, no dia 23 de janeiro (2.725,9 casos), já se observa um decaimento importante em relação ao referido pico da média da terceira onda".
Além disso, outras evidências sugerem uma tendência de redução da transmissão. Nas duas últimas semanas houve diminuição importante da demanda assistencial por síndrome gripal tanto nos Postos de Saúde quanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), associada à queda substancial dos casos de Covid-19 e redução das amostras positivas.
Entre os dias 31 de janeiro a 6 de fevereiro, a proporção de amostras (RT-PCR) de residentes de Fortaleza cujo resultado deu positivo foi de 30,0%. Dado se refere aos exames analisados pelos laboratórios da rede pública.
Distribuição espacial em 2022
Considerando uma nova tendência de aumento, o levantamento destaca a necessidade de uma análise da distribuição espacial de casos e óbitos ocorridos apenas em janeiro de 2022, quando a dominância da variante Ômicron foi absoluta.
Há formação de "aglomerados de alta intensidade em praticamente toda zona litorânea (principalmente nos bairros centrais de alto IDH), expandindo-se para alguns bairros situados mais ao centro e oeste do município". "Ao sul, um cluster importante que era observado no bairro Jangurussu, uma região relativamente poupada nas duas primeiras ondas epidêmicas, se dissipou", diz.
São 340 mortes georreferenciadas na Capital. "Ainda há elevada dispersão espacial das fatalidades (“pulverização” do evento). Por enquanto, ainda não é possível apontar aglomerados de efetiva alta mortalidade", acrescenta.