Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda cancelar feriados de Carnaval
Grupo também sugere proibição de festas privadas e shows de qualquer natureza, além de intensificar a vacinação e manter medidas legais que obriguem o uso de máscaraEm boletim publicado nessa quarta-feira, 2, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste apontou quatro medidas que os especialistas consideram importantes no atual cenário da pandemia de Covid-19 — em que a variante Ômicron do Sars-Cov-2, vírus causador da doença, levou a um aumento exponencial dos casos — e diante das "incertezas futuras existentes". A primeira delas é que os gestores de estados e municípios cancelem os feriados de Carnaval neste ano, como ocorreu em 2021.
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Proibir festas privadas e quaisquer tipos de shows que possam gerar aglomerações, manter a obrigatoriedade do uso de máscaras principalmente em locais fechados ou com aglomerações e intensificar a vacinação contra a Covid-19 são as outras recomendações do grupo.
Na última quarta-feira, 2, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) informou que haverá uma parceria entre o Ministério Público e os demais órgãos de Segurança do Estado realizar fiscalização durante o período. "A operação Carnaval (2022), que sempre tivemos, vai ocorrer no sentido de evitar qualquer tipo de celebração", afirmou.
No início do ano, em 5 de janeiro, o governador informou a suspensão de todos os eventos de Carnaval e Pré-Carnaval no Ceará e reduziu, por 30 dias, o limite de pessoas em festas com controle de acesso, como casamentos, formaturas, aniversários e eventos corporativos.
Recomendações
A manutenção dos feriados, segundo os membros do comitê, poderá estimular a população a ir às ruas e, assim, gerar aglomerações, "o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia e o consequente prolongamento da terceira onda no Brasil".
Também deve ser proibida a realização de festas privadas de Carnaval e de shows de qualquer natureza que possam gerar aglomerações, conforme indica o Comitê, uma vez que elas poderiam intensificar a transmissão do vírus, como ocorreu no período do Réveillon.
A sugestão também tem em vista a possibilidade de aglomerações prolongarem a terceira onda da pandemia, causada pela variante Ômicron: "O Comitê Científico tem clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes desta medida. Porém, o mais importante no momento é salvar vidas." O documento acrescenta que, após o término da pandemia, novos feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos.
Vacinação contra a Covid-19 e uso de máscaras
O boletim do Comitê Científico também aponta a necessidade de os gestores intensificarem a vacinação contra a Covid-19, cujo ritmo, de acordo com o documento, ficou mais lento nos últimos dois meses — em parte devido à falta de procura pelas pessoas.
"Por isso, é da maior relevância que os governos promovam campanhas públicas de esclarecimento sobre a importância da vacinação e que desconstruam as 'fakenews' que são constantemente disseminadas nas redes sociais, assim como a busca ativa daqueles que ainda não receberam a segunda dose. "
Eles ainda apontam a importância de apoiar estudos sobre as barreiras que têm dificultado setores da população a terem acesso às vacinas.
Algumas recomendações para intensificar a vacinação são:
- utilizar agentes comunitários de saúde para a busca ativa e ampliar postos de vacinação em locais com grande circulação de pessoas;
- aplicar vacinas nas escolas, para atingir maior cobertura vacinal entre crianças e adolescentes;
- utilização volante de viaturas como o "carro da vacina".
O quarto ponto destacado pelo Comitê Científico é a manutenção de medidas legais que obriguem a população a utilizar máscaras, principalmente em ambientes fechados ou com aglomerações. Deve-se estimular o uso de máscaras N95 ou PFF2, no caso de grupos que não podem adquiri-as, devem ser supridas pelas empresas ou pelo setor público.
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