Somente evitar aglomerações não garante proteção contra a Covid-19, alertam especialistas
Além de evitar locais aglomerados, especialistas alertam sobre a importância de continuar mantendo os cuidados essenciais, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, mesmo em locais com poucas pessoasAmbientes com aglomerações não são os únicos propícios a oferecer riscos de transmissão da Covid-19. Com a crescente no número de casos da doença após as datas festivas de fim de ano, especialistas alertam sobre a importância de manter os cuidados básicos, como o distanciamento social, a higienização das mãos e o uso de máscara, também em ambientes com poucas pessoas.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A infectologista do Hospital São José (HSJ), em Fortaleza, Christianne Takeda, assegura que independente do número de pessoas, há riscos de transmissão. "Tanto se você tiver a doença, de transmitir para quem não tem, quanto de você pegar a doença de outra pessoa. A gente vê isso tanto nos ambientes familiares, que é um grupo menor de pessoas, quanto em ambientes aglomerados", explica.
LEIA MAIS | Especialistas explicam aumento de casos de Covid-19 entre familiares
A especialista orienta que usar máscara cobrindo boca e nariz, manter o distanciamento social e a utilizar álcool em gel são formas eficazes de prevenção contra a doença, devendo ser mantidas em qualquer tipo de ambiente. Ela explica que depois das festividades de final de ano, os casos de contaminação chamados intradomicílio aumentaram muito provavelmente pela falta desses cuidados.
"A doença é transmissível mesmo em pequenos grupos. Por isso que quando uma pessoa é diagnosticada com Covid-19 em casa, existe toda uma orientação de como a pessoa doente tem que ficar, como transitar em casa e quais os cuidados com as outras pessoas que vivem com ela, porque ela pode, sim, mesmo em pequeno grupo estar transmitindo a doença", completa a infectologista.
Com grande parte das pessoas sendo vacinadas com duas ou três doses contra a Covid-19, no entanto, muitos são os casos de contaminação da doença de forma assintomática. Há outros casos em que os primeiros sintomas só são apresentados de 24 a 48 horas depois do contágio, tempo suficiente para que outras pessoas sejam contaminadas se os cuidados essenciais não estiverem sendo mantidos.
LEIA MAIS | 3ª onda da Covid-19 no Ceará está subindo mais rápido do que as anteriores
O infectologista Guilherme Henn, que é coordenador da disciplina de Doenças Infecciosas do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que a doença tem sido fácil e silenciosamente transmitida em momentos de exposição de risco. Ele esclarece que a vacinação não garante a não contaminação, mas torna os sintomas mais leves, o que não descarta os outros cuidados preventivos.
"Quando duas pessoas que não convivem diariamente vão se encontrar para almoçar, elas tiram a máscara para comer e ficam bem próximas uma da outra. Tem sido super frequente que uma dessas pessoas avise à outra que manifestou sintomas no dia do encontro e acabou testando positivo. Isso não é uma aglomeração, é considerado uma exposição de risco", pontua o especialista.
Assim, aderir à vacinação e evitar locais aglomerados não devem levar a população a "baixar a guarda" para a Covid-19. "A gente viu muito nas festas de final de ano, onde as pessoas se reuniram em família, com parentes que não veem todos os dias, e todos ficaram sem máscara como se o vírus fosse ficar do lado de fora do ambiente. Isso certamente levou à disseminação da doença", pontua o infectologista.
LEIA MAIS | Será necessária uma quarta dose da vacina contra Covid-19?
Os especialistas alertam que ao sentir qualquer sintoma, mesmo que exista a dúvida de ser uma alergia ou gripe, as medidas de isolamento social já devem ser adotadas, inclusive dentro de casa com outros familiares. Outra medida importante é avisar às pessoas que esteve em contato nos últimos dias sobre a possibilidade de contágio de Covid-19, para que elas também adotem os cuidados necessários.
"Se você se expôs, entrou em contato com alguém que teve diagnóstico confirmado de Covid-19 e começou a sentir sintomas, ainda que leves, não se pode negligenciar os cuidados. Os sintomas costumam começar com uma coriza, espirros e arranhões na garganta, o que muitas vezes as pessoas acabam associando a um quadro de rinite, refluxo ou a outros fatores", pontua Guilherme Henn.
Christianne Takeda também reforça os cuidados: "A pessoa que está com sintomas, o ideal é ela não ter os mesmos horários de refeição com o grupo de pessoas ou familiares que convivem com ela. Se possível, ela deve dormir em um ambiente separado das outras pessoas, onde convívio social é possível se ela estiver de máscara, respeitando o distanciamento e sempre obedecendo essa questão de dentro de casa estar higienizando as mãos".
Ainda, o infectologista e professor da UFC também reforça a importância da vacinação como forma de prevenção. "O principal diferencial das vacinas, na verdade, o motivo pelo qual a gente segue insistindo para que as pessoas se vacinem, é o fato de que os imunizantes, aplicados em três doses, tem uma proteção espetacular do ponto de vista de complicações e de óbitos", completa.
Conteúdo sempre disponível e acessos ilimitados. Assine O POVO+ clicando aqui
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente