Entenda por que a máscara N95/PFF2 é mais eficaz contra a transmissão de Covid-19

O uso de máscara N95/PFF2 e modelos semelhantes passam a ser obrigatórios para trabalhadores da área da Saúde e funcionários de farmácias, supermercados e escolas de todo Estado

O Governo do Ceará determinou através de decreto que o uso de máscara N95/PFF2 e modelos semelhantes passam a ser obrigatórios para trabalhadores da área da Saúde e funcionários de farmácias, supermercados e escolas, locais que mantêm contato direto com o público. O objetivo da medida, que entra em vigor nesta segunda-feira, 24, é reforçar a prevenção contra a Covid-19, e leva em consideração o potencial de transmissibilidade da variante Ômicron.

O uso de máscaras é importante para prevenção da Covid-19, uma vez que o vírus se propaga por meio de pequenas gotículas jogadas no ar por pessoas infectadas. Sem a proteção adequada, essas partículas entram em contato com nossas vias aéreas e em pouco tempo o coronavírus se multiplica por todo nosso corpo. Usar máscara, portanto, é benéfico tanto para si mesmo quanto para as pessoas ao seu redor.

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N95/PFF2 a melhor opção contra Covid-19

 

Mas qual a melhor opção? E por que o Governo do Estado recomendou em decreto a máscara N95/PFF2? Christianne Takeda, infectologista do Hospital São José explica: “Elas protegem bem mais que a máscara cirúrgica e a máscara de tecido. As máscaras N95 e a similar dela no País, que é a PFF2, protegem a gente contra aerossóis. Que são partículas muito pequenininhas, do tamanho de um grão de poeira. E mesmo uma coisa bem pequena ela consegue filtrar, porque ela tem várias camadas pra fazer essa proteção”, disse.

Guilherme Henn, médico infectologista e presidente da Associação Cearense de Infectologia, afirma que a máscara N95/PFF2 é o melhor filtro que existe. "É a máscara que melhor encaixa no rosto e não deixa espaços nas laterais, nem por cima ou por baixo, locais por onde as partículas com o vírus podem entrar”, explicou.

Teste com 227 modelos

 

Um teste com os 227 modelos de máscaras vendidas no Brasil, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), através de um equipamento que produz, a partir de uma solução de cloreto de sódio, partículas de aerossol menores que às do SARS-CoV-2, onde estas eram lançadas no ar, para em seguida medir-se a concentração dessas substâncias que ficavam na máscara.

O estudo comprovou que as máscaras cirúrgicas e as do tipo PFF2/N95, quando certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conseguiam filtrar entre 90% e 98% das partículas de aerossol.

“A máscara cirúrgica profissional tem um filtro bom, porém, que não filtra partículas muito pequenas. O grande problema dela é que ela fica mais aberta e não encaixa tanto no rosto. Por isso, algumas pessoas têm a ideia de usar duas máscaras cirúrgicas, porque aí você consegue melhorar um pouco a vedação da face, mas ainda assim ela é inferior à vedação da N95”, disse Henn sobre a qualidade da máscara cirúrgica, que é bastante utilizada pela população.

Um estudo divulgado pelo Wall Street Journal, que buscava comprovar a eficácia do uso de máscaras para proteção contra a Ômicron, demonstrou que se ambas as pessoas, seja a infectada ou a não infectada, estiverem usando a N95, pode demorar até 25 horas para que uma carga viral do Sars-Cov-2 infecciosa seja transmitida.

Ainda de acordo com o estudo, se uma destas pessoas está usando máscara cirúrgica e a outra N95, o tempo de contaminação cai para 5 horas. Já quando as duas usam máscaras cirúrgicas, são apenas 60 minutos. Se as duas pessoas estiverem usando máscara de tecido, o vírus leva só 27 minutos para se propagar.

 

Uso indiscriminado da Máscara de Tecido

 

Christianne Takeda diz que o grande problema da máscara de tecido em que pese o baixo grau de proteção é seu uso indiscriminado: “O que a gente vê são máscaras feitas com uma camada única de tecido, que muitas vezes não é o adequado. As pessoas acabam passando muito tempo sem trocar essas máscaras, quando, na verdade, isso deveria acontecer de três a quatro vezes por dia”, explicou.

O tipo de máscara que cada pessoa deve usar deve levar em conta o ambiente que ela vai frequentar. Guilherme Henn destaca que, por exemplo, uma pessoa comum no seu dia a dia pode usar duas máscaras cirúrgicas ou até uma, desde que adaptada ao rosto, pelo baixo risco essa proteção seria razoavelmente boa.

“Mas se estiver num local fechado com a presença de outras pessoas, por exemplo, um restaurante, uma sala de reuniões, um escritório e principalmente num serviço, ali tem uma concentração maior de vírus maior no ambiente e é preferencialmente bom usar máscara a qual possibilite uma proteção bem maior”, esclarece o presidente da Associação Cearense de Infectologia.


Como utilizar sua máscara de forma correta:

  • Higienize suas mãos antes de colocar a máscara;
  • Verifique se a máscara está em bom estado e não contém nenhum buraco ou rasgo. Não deve ser feito o uso de máscaras danificadas;
  • Coloque-a de maneira que cubra o nariz, boca e queixo, sem deixar espaços vazios nas laterais;
  • Evite tocar na máscara enquanto a usar, principalmente em sua parte frontal;
  • Troque a máscara caso ela fique molhada ou suja;
  • Higienize novamente suas mãos antes de tirar a máscara;
  • Retire-a por meio dos elásticos ou cordas, evitando contato com a parte frontal da máscara;
  • Realize nova higienização das mãos com sabão ou solução alcoólica de pelo menos 60% de concentração.

 

 

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