Vacinas para crianças chegam aos municípios até o próximo dia 15; prescrição não é necessária

A vacinação das crianças começará a partir daquelas que tem comorbidades e deficiência permanente, assim como para os índigenas e quilombolas. Queiroga segue recomendando que pais levem filhos ao médico antes da vacinação

22:16 | Jan. 05, 2022

Por: Leonardo Maia
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista coletiva (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 5, por meio de coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, os detalhes para início da vacinação contra Covid-19 das crianças brasileiras, com faixa etária entre 5 e 11 anos. A expectativa do órgão é que os imunizantes cheguem ao País no próximo dia 13. A partir disso, a logística do Ministério para envio das vacinas para os estados deve durar cerca de 24 horas, com estimativa de chegada às federações e municípios entre os dias 14 e 15 de janeiro.

As crianças serão vacinadas sem necessidade de prescrição médica, apesar de o Ministério da Saúde recomendar que os pais levem os filhos ao médico antes de receber o imunizante. Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, explicou que isso se deve porque a criança está em fase de desenvolvimento e a precaução é necessária. “Nós temos alguns efeitos adversos, que embora sejam raros, o cuidado tem que ser muito maior nesse público”, enfatiza.

Durante a vacinação, as crianças devem estar acompanhadas pelos seus pais ou responsáveis, ou possuir autorização por escrito. A vacina que será destinada às crianças é diferente do imunizante aplicado em adolescentes e adultos, com menor dosagem e a tampa do frasco de cor diferente, para evitar eventuais confusões na administração dos imunizantes. “Uma das nossas maiores preocupações são os erros de administração. É necessário obedecer aos critérios”, reforça Rosana.

Vacinação deve começar por crianças com comorbidade e deficiência permanente

A ordem de vacinação das crianças deve começar por aquelas com comorbidades e com deficiência permanente, assim como indígenas e quilombolas. Aquelas que vivem com pessoas com alto risco de evolução do quadro de Covid-19 também devem ser priorizadas na fila de vacinação, de acordo com o órgão. Posteriormente, devem ser vacinadas as crianças sem comorbidades, por ordem decrescente de idade.

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Para o público infantil, a vacina será aplicada em ciclo de duas doses, com intervalo de oito semanas. A decisão, conforme explicou o órgão, aconteceu para que exista um benefício imunológico maior. Considerou-se ainda que a ampliação do intervalo, que na bula da vacina é de três semanas, acontece para que haja uma maior proteção das crianças contra efeitos adversos, como a miocardite.

No total, o Brasil receberá, no primeiro trimestre de 2022, 20 milhões de doses pediátricas destinadas a este público-alvo, que é de cerca de 20,5 milhões de crianças. O Ministério da Saúde receberá, ainda em janeiro, um lote de 3,74 milhões de doses de vacina. O imunizante da Pfizer/BioNTech é o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacinação pediátrica.

“Minha recomendação é procurar um médico”, diz Queiroga

Durante a coletiva do fim desta tarde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que recomendaria a um pai indeciso que procurasse um médico de confiança antes de vacinar seu filho de faixa etária entre 5 a 11 anos. Ele considerou que hoje o País dá um importante passo no processo de vacinação contra a doença e garantiu que não faltarão doses para os pais que decidirem por vacinar as crianças.

Nas últimas semanas, Queiroga defendeu a obrigatoriedade de prescrição médica para que as crianças fossem vacinadas e criticou governadores e prefeitos que se opunham à medida. Conforme o ministro, os mandatários deveriam se restringir a se manifestar em consulta pública promovida pelo Ministério da Saúde e encerrada no último domingo, 2. Nesta terça-feira, 4, houve audiência pública para discutir a vacinação das crianças.

Queiroga enfatizou ainda que o órgão acompanhará de perto o processo de vacinação com o público pediátrico, para que as normas estabelecidas pela Anvisa sejam obedecidas pelos municípios.