Depois de surtos de Covid-19 em navios, Anvisa quer suspender cruzeiros no Brasil
No Ano Novo, surtos de Covid-19 afetaram três embarcações que navegavam na costa brasileira. Pelo menos 174 pessoas estavam infectadas pelo coronavírus
19:05 | Jan. 02, 2022
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou neste domingo, 2, que vai investigar informações de violações dos protocolos anticovid em cruzeiros, depois que surtos afetaram três navios que navegavam na costa brasileira.
"O descumprimento dos protocolos sanitários e a desobediência às medidas de restrição impostas pelas autoridades constituem infrações sanitárias que, se confirmadas, resultam em multas e suspensão das atividades (das companhias de cruzeiro)", alertou a Anvisa em um comunicado.
A agência informou que também reforçará a recomendação feita na sexta-feira ao Ministério da Saúde de suspender imediatamente todos os cruzeiros, dado o aumento global dos casos de Covid-19 impulsionados pela nova variante ômicron.
O Brasil permitiu a retomada dos cruzeiros em novembro, mas ordenou às empresas que implementassem protocolos estritos contra a Covid-19, que incluíam submeter a testes os passageiros e colocá-los em quarentena em caso de infecção.
O anúncio da investigação ocorre depois do registro de surtos de Covid-19 em três embarcações em frente à costa brasileira no Ano Novo.
A Anvisa informou que 26 passageiros e dois tripulantes testaram positivo no MSC Preziosa, um navio de 333 metros que navegava em frente à costa do Rio de Janeiro. A embarcação, com capacidade para 4.000 passageiros, pôde atracar no porto do Rio. Foi ordenado o isolamento das pessoas infectadas e de quem entrou em contato com elas, lembrou a Anvisa.
Em 30 de dezembro, as autoridades sanitárias suspenderam as operações de outros dois navios, o Costa Diadema e o MSC Splendida, depois que eles também informaram dezenas de casos de Covid-19 a bordo.
Ordenou-se ao Costa Diadema, de 306 metros, que estava em frente à cidade de Salvador, na Bahia, a desembarcar 68 pessoas infectadas e voltar ao seu porto de origem na cidade de Santos, litoral de São Paulo, para entrar em quarentena.
O Splendida, de 333 metros, que se dirigia ao Rio de Janeiro, também recebeu ordem para voltar a Santos após o registro de 78 casos.
A empresa suíço-italiana MSC Cruises, cuja sucursal brasileira opera o Preziosa e o Splendida, informou em um comunicado que seus navios "permanecem com a programação inalterada dos seus futuros cruzeiros". "No cenário atual, o cruzeiro é uma das opções de férias mais seguras do mundo", argumentou. "Nenhum outro setor da indústria de viagens e turismo possui um protocolo tão completo e robusto para conter a propagação de doenças infecciosas".
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