Estudo indica aumento da Covid-19 em áreas de alta renda de Fortaleza

Boletim divulgado nesta quinta-feira, 30, pelo Centro de Inteligência em Saúde do Estado do Ceará (Cisec) aponta que mês de dezembro teve crescimento nos casos de Covid-19 nas áreas com maior IDH da Capital

23:39 | Dez. 30, 2021

Por: Bemfica de Oliva
FORTALEZA, CEARÁ, 19-12-2021: Vacinação D3 e contra a Gripe, no Centro de Eventos de Fortaleza. (Fernanda Barros/ Especial Para O Povo) (foto: FERNANDA BARROS/especial para o povo )

As regiões com maior renda média de Fortaleza têm registrado aumento significativo dos casos de Covid-19. A conclusão faz parte de boletim divulgado nesta quinta-feira, 30, pelo Centro de Inteligência em Saúde do Estado do Ceará (Cisec).

Segundo o informe, as áreas da Capital com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado têm apresentado "exarcebação no número de casos de Covid-19". A tendência é confirmada pela análise da rede de esgoto da cidade, que indica maior concentração do coronavírus nestas regiões.

A análise do Cisec é que os aumentos têm ocorrido desde o começo de dezembro. As causas prováveis seriam a realização, em Fortaleza, de eventos de porte nacional na primeira metade do mês. Na segunda quinzena, a suspeita é que a grande circulação de turistas na Capital para as festas de fim de ano tenha colaborado para aumento na incidência do vírus.

Estudo prevê terceira onda de Covid-19 no Ceará antes do Carnaval

Outra conclusão do estudo é que existe alta probabilidade da ocorrência de uma terceira onda de Covid-19 no Ceará antes do Carnaval. O entendimento do Cisec é que os efeitos dos grandes eventos de Natal e Réveillon não causarão uma explosão imediata no número de casos.

O aumento seria sentido com maior intensidade entre o final de janeiro e o começo de fevereiro. Atualmente, todos os municípios cearenses seguem apresentando média móvel de casos inferior à registrada entre a primeira e a segunda ondas da pandemia, mas o cenário deve mudar devido às aglomerações, caso não sejam respeitadas as medidas de distanciamento social.

Variante Ômicron e gripe H3N2 são preocupações

A pesquisa do Cisec também analisou o aumento de síndromes gripais no Ceará ao longo das últimas semanas. O estudo verificou que, embora a quantidade de casos confirmados de Covid-19 ainda não esteja crescendo significativamente, o número de atendimentos por suspeita da doença e síndromes gripais está em aceleração, chegando a mais de mil por dia nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza.

Na rede particular também tem havido aumento. Na segunda quinzena de dezembro, a Unimed Fortaleza registrou crescimento de mais de 500% nos atendimentos por síndromes gripais. Juntando os sistemas público e privado, quase 300 casos de Influenza A - a forma da gripe mais contagiosa e com sintomas mais graves foram registrados ao longo do mês. Destes, 68 são da variante H3N2.

Assim como a Influenza A, a variante Ômicron do coronavírus apresenta maior taxa de contágio. A preocupação é que o aumento na circulação de ambos os vírus, ao mesmo tempo, gere novamente um crescimento na demanda pelos serviços de saúde acima da capacidade de atendimento. O aumento nos casos de síndromes gripais já caracteriza, segundo a Sesa, uma epidemia. Além disso, é possível ter infecção de ambas as doenças ao mesmo tempo.

No caso da variante Ômicron, já são três casos confirmados no Ceará. Todos foram detectados em viajantes que chegaram ao Estado, mas a Sesa não descarta que esteja havendo transmissão comunitária da variante.

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