Contrários a Queiroga, estados não pedirão receita médica para vacinar crianças

Nessa quinta-feira, 23, ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos exigiria receita médica e autorização dos pais

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) anunciou que os estados não irão exigir receita médica para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Nessa sexta-feira, 24, entidade lançou nota firmando a posição, em contraponto com a recomendação do Ministério da Saúde. Nessa quinta-feira, 23, Marcelo Queiroga afirmou que a vacinação nessa faixa etária deve ser condicionada à prescrição média e a um termo de responsabilização assinado pelos pais.

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) confirmou que a receita não será exigida.

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Essas exigências, entretanto, não foram estipuladas para os outros grupos que já receberam a imunização contra a infecção. Na carta do Conass, direcionada às crianças, conselho afirma que "no lugar de dificultar", procura facilitar a vacinação das crianças.

"E é esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal: quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos", diz o texto.

A carta, assinada por Carlos Lula, presidente do conselho e secretário da Saúde do Maranhão, cita que "infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus". 

Consulta pública

Nessa quinta, o Ministério deu início à consulta pública sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade contra a Covid-19. Contudo, sistema apresenta problemas técnicos e de segurança. Se mostra deficiente quanto à segurança de dados, não apresentando mecanismo antifraude.

A consulta estará aberta até o dia 2 de janeiro.  Segundo a pasta, o objetivo é "informar e conhecer as dúvidas e contribuições da sociedade científica e da população" sobre a vacinação das crianças com o imunizante Pfizer, aprovada no último dia 16, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Leia carta na íntegra

"Queridas crianças do Brasil,

O ano não foi fácil. Os papais e as mamães de vocês passaram por inúmeras dificuldades. Empregos foram perdidos, tudo ficou caro, foi difícil iniciar a vacinação contra o coronavírus. Por conta disso, muitos parentes e muitos amigos viraram estrelinhas. Mais de 400 mil apenas este ano.

Vocês devem ter se acostumado a falar de coronavírus e, por conta dele, passaram a usar máscaras até para ir para a escola. A gente sabe que máscara não é algo confortável, mas elas são usadas para protegê-los.

O ano foi passando, as dificuldades foram diminuindo e a gente finalmente conseguiu a proteção que os papais e as mamães já possuem: a vacina contra a Covid-19 para crianças!

Eu sei que ninguém gosta de agulhas, mas vocês não precisam ter medo! Os cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para crianças! Ela inclusive já começou a ser aplicada em meninos e meninas de vários países do mundo.

Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos.

E é esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal: quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos.

Que o Papai Noel traga neste ano muito amor, alegria, abraços, diversão e PROTEÇÃO contra a COVID-19. E que todos possam compartilhar esses presentes com o papai e a mamãe.

Feliz Natal!"

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