Imunizar crianças é alternativa para aumentar cobertura vacinal, aponta Fiocruz

Pesquisa indica que estados com população mais jovem também apresentam menor taxa de evolução da cobertura vacinal

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz aponta que a imunização das crianças contra a Covid-19 é importante para aumentar a cobertura vacinal do País. A avaliação, divulgada nesta terça-feira, 21, aponta que estratégia seria eficiente para driblar a curva de estagnação vacinal do Brasil. Atualmente, cerca de 85% dos brasileiros podem se vacinar, se consideradas todas as pessoas acima de 11 anos.

O estudo, submetido a Revista Brasileira de Epidemiologia, aponta que desde setembro o ritmo de vacinação da primeira dose no Brasil vem desacelerando. Para os pesquisadores, isso poderia sugerir que a vacinação já está próxima do seu limite, com 74,95% da população imunizada com a primeira dose. Além de ampliar as faixas etárias, incluindo crianças, a pesquisa também indica a eficiência de intensificar a aplicação da primeira dose em pessoas que vivem em locais remotos.

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De acordo com o estudo, o Brasil tem quatro fases de aplicação da primeira dose. Houve uma fase inicial, quando a evolução foi lenta, em parte por conta da falta de imunizantes. Em seguida, se observou uma velocidade no aumento da cobertura, quando a vacinação começou a atingir as pessoas com menos de 70 anos e, posteriormente, com menos de 60. Depois veio a quarta fase, marcada por uma desaceleração.

“A grande maioria dos estados segue esta tendência, variando apenas a velocidade de aumento da cobertura, que foi sistematicamente maior nos estados das regiões Sul e Sudeste”, comenta Raphael Guimarães, o pesquisador do Observatório Covid-19 da Fiocruz e um dos autores do estudo. Segundo o pesquisador, em estados em que a cobertura de primeira dose é mais alta, a diferença para a cobertura da segunda dose é menor. Isso sugere que a perda de população entre doses tem sido pequena.

Os estados do Norte têm a população mais jovem, o que pode parcialmente explicar a cobertura mais baixa nessa região. Ainda, segundo o estudo, o Norte e Nordeste apresentam as piores coberturas, tanto de primeira quanto de segunda doses. “É importante ressaltar que, além de aspectos populacionais, questões relacionadas à logística de distribuição podem influenciar nos dados utilizados na análise”, observa Guimarães.

O estudo lembra que, em relação à vacinação infantil, há imunizantes com comprovada eficácia para este grupo etário e estudos de segurança indicam que é possível sua utilização. "É essencial obter celeridade no processo de aquisição das vacinas que tenham comprovada segurança para crianças de 5 a 11 anos, para que este grupo fique protegido e permita uma maior cobertura vacinal total no País”, ressalta Raphael Guimarães.


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