Austríaco se infecta de propósito para evitar vacina e morre de Covid-19
O homem de 55 anos foi a uma "festa da covid" a fim de se infectar para obter o "passe verde", certificado para vacinados ou pessoas que tiveram a doença no últimos seis mesesNa tentativa de obter o chamado "passe verde", em que para ter o direito de trabalhar ou acessar áreas de lazer, os moradores devem ter um certificado de vacinação completa ou provarem que se recuperaram da Covid-19 nos últimos seis meses, um austríaco de 55 anos se infectou intencionalmente e morreu. Ele teria ido a uma "festa da Covid" na cidade de Bolzano, no norte da Itália, conforme revelou o jornal italiano Il Dolomiti.
O médico Patrick Franzoni, coordenador da unidade anti-covid de Bolzano, explica que as "festas da covid" são cada vez mais comuns na região dos Alpes, que inclui Áustria, França, Alemanha, Itália, Liechtenstein, Mônaco, Eslovênia e Suíça.
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Ao Il Dolomiti, ele detalhou que, nestes eventos, pelo menos um dos convidados já testou positivo para a covid e que os outros presentes, sabendo quem esta pessoa é, se aproximam dela para compartilhar drinques ou abraços. Até mesmo crianças seriam levadas pelos pais para as festas, com informações de pelo menos uma hospitalizada, informou o jornal italiano.
A morte do austríaco foi registrada na semana passada, dias antes de o governo do país anunciar que a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 a partir de fevereiro de 2022. Com a regra, quem se recusar a receber o imunizante terá de pagar multas de 3.600 euros, o equivalente a R$ 22,5 mil pela cotação atual. A ministra da Constituição da Áustria, Karoline Edtstadler, afirmou ainda que, além da multa, haverá também cobrança de 1.500 euros (R$ 9.000) para quem se recusar a receber a dose de reforço do imunizante.
"Nós recebemos mais de um relato vindo de médicos que trataram pacientes que admitiram ter sido infectados de propósito", reforçou Franzoni. "Eles fazem isso para desenvolver anticorpos e obter o 'passe verde' sem vacinação. Existem consequências a longo prazo e até mesmo pessoas jovens podem parar no hospital", alertou o médico Patrick Franzoni após a morte do austríaco, que não teve a identidade divulgada.
Após o anúncio do governo, atos contra a obrigatoriedade da vacina começaram a ser realizados no país, liderados pelo ultraconservador Partido da Liberdade. A medida torna a Áustria o primeiro país da Europa Ocidental a tornar obrigatória a vacinação contra o vírus. No momento, a nação tem uma das menores taxas de imunização da região: cerca de 66% da população elegível, e tem enfrentado alta no número de casos da doença.