População totalmente imunizada contra a Covid-19 está abaixo de 50% no Cariri

Considerando os 45 municípios da região, percentual de moradores com esquema de vacinação completo é de pouco mais de 43%

20:16 | Out. 25, 2021

Por: Luciano Cesário
Pouco mais de 700 mil moradores da Macrorregião do Cariri estão com o esquema vacinal completo, segundo mostra o Vacinômetro, da Sesa (foto: Fernanda Barros)

Em pouco mais de nove meses da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Ceará, iniciada em 18 de janeiro, menos de 50% da população da Macrorregião de Saúde do Cariri recebeu as duas doses do imunizante. É o que mostra a plataforma Vacinômetro, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), atualizada nesta segunda-feira, 25. Conforme os dados, o número de pessoas com o ciclo vacinal completo (duas doses ou vacina de dose única) chega a 700 mil, correspondente a apenas 43,80% da soma da população dos 45 municípios que formam a região, algo em torno de 1,6 milhão de habitantes, segundo o IBGE.

Considerando o desempenho individual das cidades, Iguatu é a que apresenta maior percentual de pessoas totalmente imunizadas (54,08%), seguida do Crato (51,03%) e de Barbalha (46,80%). Juazeiro do Norte, o maior município da região, alcança 44,46%. Os menores indicadores pertencem a Assaré (35,31%), Lavras da Mangabeira (32,86%) e Jucás (27,96%). O cálculo foi obtido a partir da proporção entre a estimativa populacional de cada município, divulgada pelo IBGE em 2021, e o respectivo quantitativo de doses aplicadas.

Em entrevista à rádio CBN Cariri, a presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Sayonara Cidade, explicou que a variação no ritmo da vacinação entre os municípios decorre do total de cadastros efetuados na Plataforma Saúde Digital, da Sesa. “A vacina chega aos municípios através do cadastro na plataforma, então quanto mais gente cadastrada, mais vacinas os municípios recebem. Por isso, alguns estão bem adiantados, e outros enfrentam dificuldades. É uma questão que afeta diretamente no ritmo da vacinação”, afirmou Sayonara em conversa com o jornalista Farias Júnior.

A presidente ainda acrescenta que as interrupções no fornecimento de vacinas pelo Ministério da Saúde também pode ter influenciado no desempenho dos municípios, principalmente os que tinham previsão de receber maior quantitativo de lotes da AstraZeneca/Fiocruz. “Tivemos pelo menos duas suspensões na aplicação da primeira dose, sobretudo a vacina AstraZeneca, que é a mais usada. Logicamente, isso acabou impactando na D2 também, devido ao intervalo necessário para as aplicações”, acrescenta.

Até o dia 15 de outubro, a janela imunológica – como é chamado o período entre a aplicação da D1 e D2 – da AstraZenaca era de 12 semanas, mas foi reduzida para oito, conforme nova orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI). O objetivo é antecipar a aplicação da segunda dose em quem ainda precisa completar o esquema vacinal e, assim, acelerar o andamento da campanha.

Terceira dose

Ainda é muito lento o ritmo de aplicação da dose de reforço, também chamada de D3, nos municípios da Macrorregião do Cariri. De acordo com os dados do vacinômetro, até agora foram aplicadas cerca de 12.496 vacinas, considerando todas as cidades da regional. Por enquanto, o imunizante está disponível apenas para profissionais da saúde e idosos com mais de 70 anos. A previsão é que a campanha avance para pessoas imunossuprimidas nas próximas semanas.

Na entrevista à CBN Cariri, Sayonara Cidade adiantou que o Cosems-CE pretende dialogar com o Ministério da Saúde para que seja garantida a D3 a pessoas com 30 anos ou mais, pois a proteção oferecida pelas vacinas tende a ser menor com o passar do tempo.

Números gerais da Macrorregião do Cariri

Vacinados com primeira dose (D1): 1.009.937

Vacinados com segunda dose (D2): 667.205

Vacinados com dose única (DU): 33.678

Vacinados com dose de reforço (D3): 12.496