Transmissão do Sars-CoV-2 se mantém em redução no Brasil, aponta Fiocruz

Conforme Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, queda de óbitos e casos graves é consequência da vacinação

21:40 | Out. 21, 2021

Por: Ana Rute Ramires
Movimentação na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, e o hábito do uso de máscara em espaços públicos (foto: Fernanda Barros)

Dados da semana passada indicam que o processo de redução da transmissão do SARS-CoV-2 continua na população brasileira. A queda nos indicadores está associada à campanha de vacinação contra a Covid-19. Informações são de Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, 21.

Conforme o documento, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS mantêm- se em relativa estabilidade. São 25 estados e 23 capitais fora da zona de alerta, sendo a maioria com patamares inferiores a 50%. No balanço, Ceará fica em 4º lugar, com 51% dos leitos destinados a pacientes com a doença preenchidos. 

Na perspectiva dos pesquisadores que produziram o boletim, entretanto, a manutenção do atual patamar de transmissão não permite afirmar que a pandemia está definitivamente controlada. "A flexibilização de medidas que protegem contra a transmissão do vírus deve ser adotada de forma cautelosa, paulatina e acompanhada de medidas de vigilância, para identificar rapidamente novos casos e seus contatos", detalha.

Ao longo da Semana Epidemiológica 41 (10 a 16 de outubro), a média diária foi de 10.200 casos confirmados e 330 óbitos por Covid-19. Houve uma queda abrupta do número de casos (4,8%) e de óbitos (3,6%) por dia. 

Apesar da redução, a análise alerta que ainda cenários de transmissão do vírus. Além disso, a taxa de letalidade da doença no Brasil (3,2%) é considerada alta em relação aos padrões internacionais, "o que reflete a insuficiência de programas de testagem e diagnóstico clínico de casos suspeitos e seus contatos".

Os especialistas destacam que o uso adequado de máscaras continua sendo uma medida importante em locais fechados ou locais abertos com aglomeração. "Defendemos a adoção do passaporte vacinal para redução do risco de contágios no retorno às atividades laborais, educacionais, sociais, culturais e de lazer em ambientes fechados", diz.

Além disso, documento aponta a necessidade de adequar ambientes de convívio "com filtros ou melhores condições de ventilação e manter vigilância epidemiológica, com ampla testagem". 

Alerta 

A análise alerta que a queda abrupta de casos e óbitos pode estar sendo influenciada por falhas no fluxo de dados pelo e-SUS e Sivep-Gripe, "que vêm sofrendo oscilações na disponibilização de registros". A irregularidade no fluxo de notificações deve ser levada em conta na hora da tomada de decisões pois pode gerar interpretações equivocadas.

Por isso, um número fica abaixo do esperado durante algumas semanas e, em seguida, de um número excessivo de notificações. O que foi observado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina no final de setembro, e no Ceará e Distrito Federal no início de outubro. 

Internações 

Segundo o levantamento, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) mantêm-se em "relativa estabilidade", com patamares majoritariamente inferiores a 50%. As exceções são o Espírito Santo e o Distrito Federal, na zona de alerta crítico. No segundo caso, há um redirecionamento de leitos Covid que vem sendo administra. 

No estado capixaba, a situação é considerada mais preocupante "pela variação em um patamar que destoa do resto do país, mesmo com a manutenção do número de leitos há cerca de seis semanas". 

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