Covid-19: D3 começa a ser aplicada em pessoas imunossuprimidas em Fortaleza
Capital iniciou nesta quarta-feira, 20, aplicação da dose de reforço para pessoas com alto grau de imunossupressão
20:28 | Out. 20, 2021
Nesta quarta-feira, 20, Fortaleza iniciou a aplicação da dose de reforço contra a Covid-19 no grupo de pessoas imunossuprimidas. No dia, mais de três mil pessoas foram agendadas para receber a terceira dose (D3) do imunizante no Centro de Eventos, no bairro Edson Queiroz. Este é o terceiro grupo a receber o reforço da vacinação. Na Capital, a vacinação da D3 também vem ocorrendo para idosos acima de 70 anos e profissionais da saúde, conforme orientação do Ministério da Saúde.
O primeiro dia de vacinação do grupo ocorreu para pessoas com alto grau de imunossupressão, conforme divulgou o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), em publicação nas redes sociais na terça-feira, 19. No balanço da aplicação da D3 em Fortaleza, até a última terça-feira, 19, mais de 83 mil pessoas tiveram o reforço da vacinação. Os dados são da plataforma Vacinômetro, da Prefeitura de Fortaleza. A vacinação com a D3 teve início na Capital no dia 25 de setembro.
De acordo com a publicitária Luiza Maropo, 27, que faz parte do grupo de pessoas imunossuprimidas, a campanha de vacinação da dose de reforço contra a Covid-19 neste grupo ressalta o sentimento de mais segurança contra a doença. “Acho que com a D3 vou me sentir mais tranquila para voltar a frequentar locais com mais pessoas. Até agora, com as duas doses, só fui em locais mais tranquilos, mas, como estamos voltando a ter eventos, talvez eu passe a me sentir mais confortável de frequentá-los também. Já me sinto bem mais segura com as duas doses, acredito que a terceira dose vai me trazer uma segurança maior ainda para ficar mais próxima da vida que antes era o nosso normal”, comenta.
A publicitária também diz que a vacinação é um alívio para o cotidiano das pessoas que possuem algum grau de imunossupressão, principalmente durante a pandemia da Covid-19, e destaca a síndrome que a acompanha. “Já temos uma vida tão complicada, cheia de remédios, idas a médicos e diversos sintomas que a vacinação acaba sendo um alívio por pensar que estamos nos protegendo de ter mais sofrimento do que já temos. No meu caso, a síndrome continua em estudo e ainda não se sabe muita coisa sobre”, destaca Luiza.
Na campanha da D3, conforme o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), são considerados imunossuprimidos as seguintes pessoas: indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; portadores de doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses e pessoas com neoplasias hematológicas.
Na campanha do reforço da imunização do grupo de imunossuprimidos, é necessário apresentar no ato da vacinação alguns documentos comprobatórios para receber o imunizante:
- I - Imunodeficiência primária grave: Atestado/Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem essa doença. Não poderá ser apenas o Cid.
- II - Quimioterapia para câncer: Atestado/Relatório médico descritivo com dados clínicos, exames e tratamento que comprovem essa condição. Não poderá ser apenas o Cid (validade 1 ano).
- III - Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) uso de drogas imunossupressoras: Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem essa condição (não poderá ser apenas o Cid) ou relatório de alta (transplante ou relatório médico descritivo com tipo de transplante).
- IV - Pessoas vivendo com HIV/AIDS: Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem essa doença (não poderá ser apenas o Cid) ou exame que comprove (teste rápido ou outro) ou cadastro Siscel ou Siclom.
- V - Uso de corticóides em doses 20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por 14 dias: Relatório médico descritivo com dados clínicos e exames que comprovem a condição de uso de corticóide nessas condições: acima de 20mg/dia e tempo maior que 14 dias (no momento da vacina) ou receita médica (que indique tratamento vigente – no momento da vacina).
- VI - Uso de drogas modificadoras da resposta imune: Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem a doença (não poderá ser apenas o Cid) e receita médica que contenha alguma das medicações a seguir. Leflunomida; Micofenolato de mofela; Azaprina; Ciclofosfamida 6-mercaptopurina; Ciclosporina; Tacrolimus; Metotrexato ; Biológicos em geral (infliximabe, etanercept, humira, adalimumabe, tocilizumabe, Canakinumabe, golimumabe, certolizumabe, abatacepte, Secukinumabe, ustekinumabe); Inibidores da JAK (Tofacinibe, baracinibe e upadacinibe).
- VII - Pacientes em hemodialise: Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem essa condição (não poderá ser apenas o cid) ou comprovante de diálise (cartão ou outro documento que comprove a hemodiálise).
- VIII - Pacientes com doenças auto inflamatórias e doenças intestinais inflamatórias: Relatório médico descritivo com dados clínicos e de exames que comprovem essa doença. Não poderá ser apenas o Cid.
(Fonte: Nota Técnica Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) - Administração de Dose Adicional e Dose de Reforço de vacinas contra a Covid-19)
O POVO procurou a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), por e-mail, às 15h44min desta quarta-feira, 20, para saber o balanço de quantas pessoas do grupo de pessoas imunossuprimidas receberam a dose de reforço na Capital nesta quarta, 20, e aguarda resposta.
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