Covid-19: 1.888 gestantes e puérperas já morreram desde o início da pandemia

De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), foram 1.888 mortes de gestantes e puérperas em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia; só neste ano foram 1.428 óbitos, representando 210% a mais do que no ano passado

19:30 | Out. 04, 2021

Por: Marília Serpa
OBSERVATÓRIO Obstétrico Brasileiro (OOBR) divulgou estudo sobre mortes maternas (foto: Reprodução/Pexels)

De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), 1.888 gestantes e puérperas morreram de Covid-19 no País desde o início da pandemia. Só neste ano, 1.428 óbitos maternos foram contabilizados, representando 210% a mais do que em 2020. Ainda, a letalidade da doença em casos graves, como de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), era de 7.3% no ano passado, saltando para 14.6% em 2021.

Uma em cada cinco gestantes que morreu de Covid-19 desde o início da pandemia, não teve acesso à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 32.6% não foram intubadas. Dessa forma, entre março de 2020 até a última atualização, foram 18.064 casos SRAG confirmados pela doença, onde os 1.888 óbitos correspondem a 11.8% de casos finalizados.

Outros 13.448 casos com 349 mortes entre gestantes e puérperas com SRAG não especificada foram registrados, podendo também se tratar de episódios de SARS-Covid-19. Os dados fornecidos pelo OOBr objetivam dar visibilidade a esses casos específicos, oferecendo ferramentas de análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e puérperas durante o período de pandemia enfrentado.

Covid-19 nos primeiros 1.000 dias de vida da criança

Os primeiros 1.000 dias de vida de uma criança correspondem aos 270 dias de gestação e aos 730 dias de vida juntos. Esse é o período compreendido entre a concepção até os dois primeiros anos de vida. De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), desde o início da pandemia, 11.643 casos de SRAG foram confirmados por Covid-19 em crianças de até dois anos, contabilizando 944 mortes. Houve alta concentração de mortes nos primeiros meses de vida do bebê, onde 56.8% delas estavam concentradas até o terceiro mês, com 536 óbitos.

Dos bebês com essa faixa etária que morreram em decorrência da doença, 31.2% não foram para a UTI e 38.1% não passaram por intubação. Considerando todos os casos de SRAG no público infantil, 3.471 registros e 1.714 mortes em 2020, 50.258 casos e 1.308 óbitos neste ano e 19.142 casos de SRAG e 576 mortes em 2019, ano anterior à pandemia.

Quando calculada a percentagem de desconhecimento do agente causador da SRAG, 2020 apresenta 77.8%, enquanto 2021 apresenta 72.9%. Em 2019, 58% tinham agente etiológico desconhecido, revelando que o problema não é novo, mas se agravou por conta da pandemia.

Dentre os casos com agente etiológico conhecido, o coronavírus responde a 73,1% dos registros em 2020 e 45,6% em 2021. O restante fica por conta dos vírus que tradicionalmente afetam as crianças pequenas, como o adenovírus.