Fortaleza é o único município cearense que aplicou doses interditadas pela Anvisa
Um outro lote com cerca de 142 mil vacinas chegou ao Ceará, mas não foi repassado para os municípios. A Sesa aguarda orientações do Ministério da Saúde acerca de pessoas imunizadas com o lote interditado
20:44 | Set. 05, 2021
Fortaleza é o único município cearense que aplicou doses da CoronaVac interditadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Em nota, o órgão informou que além das doses enviadas à Capital, o Estado recebeu um outro lote de 142.802 vacinas interditadas. Essa quantidade, no entanto, não chegou a sair da Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos do Estado (Ceadim) e está bloqueada para distribuição.
Com a medida, novas distribuições terão checagem intensificada para evitar envios de doses interditadas, não aprovadas pela Agência por possível risco à população. A Sesa iniciou rastreamento dos casos de aplicação das vacinas com o município de Fortaleza e recomenda a suspensão imediata dessas vacinas específicas. A pasta aguarda ainda orientações do Ministério da Saúde sobre quais procedimentos devem ser adotados com as pessoas que foram imunizadas com imunizantes desses lotes.
Neste sábado, a Anvisa determinou a interdição cautelar de lotes da CoronaVac, proibindo a distribuição e uso de lotes que foram envasados em uma fábrica não aprovada na autorização de uso emergencial da vacina. Em nota, a agência explicou que, nesse caso, “configura-se em produto não regularizado junto à Anvisa”, necessitando de atuação imediata para “mitigar um possível risco sanitário” à população.
O Instituto Butantan, que distribui a vacina no Brasil, esclareceu que a medida da Anvisa “não deve causar alarmismo”. “Foi o próprio instituto que, por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população”, explicou.
O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, reforçou em entrevista ao jornal O Globo que a população pode ficar tranquila em relação aos imunizantes interditados. Ele disse que o Butantan foi transparente em relação ao problema e as instituições responsáveis estão agindo para resolver o problema. “Não há que se colocar nenhuma dúvida, descrédito, nada disso. A população não deve entender esse ato como nada além de cautela”, enfatiza em entrevista ao jornal.