Covid-19 é mais letal em pacientes pediátricos com câncer e alteração do IMC, diz pesquisa
Entre crianças e adolescentes de forma geral, a taxa de letalidade da doença é de aproximadamente 1%. Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), foi uma das instituições que participaram do estudo
21:08 | Ago. 18, 2021
A letalidade da Covid-19 em pacientes pediátricos é significativamente maior entre crianças e adolescentes com câncer e alteração no Índice de Massa Corporal (IMC) do que na população pediátrica geral. Essa foi a conclusão de um estudo nacional realizado com cerca de 179 pacientes oncológicos de zero a 18 anos que se encaixavam nesse perfil. Nessa população, encontrou-se uma taxa de letalidade de 12,3% — enquanto na população pediátrica de forma geral a taxa é de aproximadamente 1%.
O estudo contou com a coordenação nacional da oncologista pediatra Mariana Bohns Michalowski, do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Além disso, cerca de 22 centros hospitalares das cinco regiões brasileiras, dentre eles o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), participaram da pesquisa.
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No Albert Sabin, a coordenação foi da cancerologista pediátrica Nádia Gurgel Alves, junto às também cancerologistas pediátricas Marina Gondim e Sandra Prazeres e à enfermeira Luana Maia. Nádia Gurgel explica que a contribuição no trabalho ocorreu por meio da análise e do acompanhamento de dados e prontuários dos pacientes atendidos no Centro Pediátrico do Câncer (CPC), unidade oncológica do Hias, ao longo de 2020.
As informações foram registradas em uma plataforma nacional, ao qual apenas o centro coordenador tinha acesso. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Hospitalar. O acompanhamento dos pacientes oncológicos com câncer do CPC com Covid-19 foi realizado por uma equipe de oncologistas pediátricos que implantou um ambulatório de triagem, no qual todos os casos com sintomas respiratórios eram rastreados para o vírus Sars-Cov-2.
“Esse ambulatório foi criado no início da pandemia como uma necessidade que se instalou em todo o ambiente hospitalar, como uma das estratégias, junto à Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) do Hias, de conter a disseminação do vírus e de evitar a exposição de pacientes já acometidos pelo câncer a essa nova doença”, explica a cancerologista pediátrica.