Ceará assina contrato para compra direta de 3 milhões de doses da CoronaVac

Documento marca compra direta das doses extras. Governo Federal é responsável pela compra direta de vacinas, mas Ceará aponta lentidão na distribuição dos lotes

11:03 | Ago. 09, 2021

Por: Marília Freitas
CABETO foi um dos principais nomes do secretariado da segunda gestão Camilo (foto: Thais Mesquita)

O Governo do Ceará assinou na manhã desta segunda-feira, 9, o contrato com o Instituto Butantan e o laboratório Sinovac para a compra direta de três milhões de doses extras de vacinas contra a Covid-19. O documento já foi enviado ao Instituto e as doses da CoronaVac devem avançar a faixa etária da imunização no Estado e favorecer a meta de vacinar a população adulta até o fim de agosto.

Anteriormente, O POVO apurou que as tratativas com o Governo de São Paulo e com a empresa chinesa estavam avançadas e aguardavam formalização. Durante anúncio do novo decreto, na última sexta, 6, Camilo também garantiu avanços nas discussões.

Um secretário do Governo do Ceará foi enviado à China em maio deste ano para tratar sobre a aquisição diretamente com a Sinovac. Pelo contrato com o Instituto Butantan, que representa a empresa no Brasil, a liberação das doses passou a depender de autorização do governo paulista. Em entrevista coletiva no dia 14 de julho, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), confirmou que irá atender à solicitação do governador do Ceará.

Com a rescisão do contrato da Sputinik-V por governadores nordestinos, as doses extras da CoronaVac são, agora, a principal garantia do Estado para ampliar a vacinação. O contrato previa a compra de 37 milhões de doses da vacina que seriam distribuídas entre os estados da região Nordeste. Delas, mais de 5,5 milhões de doses seriam para o Ceará.

Entretanto, segundo Camilo Santana (PT), o cancelamento foi favorecido por complicações e barreiras impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Governo Federal. "Isso ocorre devido a novas limitações impostas pela Anvisa, do Governo Federal, que desde o começo desse processo tem colocado sucessivas barreiras para a efetivação da importação e uso da vacina", afirmou o governador.

Informo aos cearenses que o Governo do Ceará, juntamente com os outros governadores do Nordeste, decidiu suspender o contrato de compra da vacina Sputnik V, que previa mais de 5,5 milhões de doses para o nosso estado. (cont)

— Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) August 5, 2021

Cabe ao Governo Federal a compra direta de vacinas, aos Estados brasileiros a distribuição e aos municípios a logística de aplicação. Em três dias, Ceará recebe mais de 605 mil doses de vacina. Um lote com 228.240 doses está previsto para chegar ao Estado nesta segunda. Serão 73.800 doses da CoronaVac e outras 154.440 da Pfizer e ambas chegarão em voos diferentes: às 16h55 e às 21h55, respectivamente.

Segundo dados do Vacinômetro da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Estado já recebeu 7.035.488 doses de vacinas contra a Covid-19. Foram aplicadas 5.753.388 doses - 3.994.562 como primeira dose, 1.608.790 como segunda dose e 150.036 como dose única. Os dados são do dia 5 de agosto, às 17h. Previsão da Secretaria é de atualização às 14h desta segunda.

Junto ao Governo, os Ministérios Públicos do Estado do Ceará (MPCE), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT), ingressaram na Justiça como co-autores de ação civil pública que reivindica à União equidade no envio de vacinas e o envio imediato de 1.440.932 doses de vacinas solicitadas em abril deste ano. No mês de abril, chegaram ao Ceará 1.096.950 doses em cinco remessas.

A Justiça Federal deu prazo de cinco dias, a partir da quinta-feira, 5, para a União explicar os critérios de distribuição de vacinas contra a Covid-19 no País. O objetivo é ampliar a remessa de vacinas para o Norte e Nordeste, além de conseguir o envio de 1.440.932 de doses adicionais para o Ceará. Prazo de resposta encerra amanhã, 10.