Pfizer envia pedido à Anvisa para uso emergencial de remédio contra Covid-19
O argumento para o uso de emergência do remédio é que ele pode combater a "tempestade inflamatória" causada pelo coronavírus.
12:10 | Jul. 30, 2021
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu um pedido, na última quarta-feira, 28, sobre o uso emergencial do medicamento Tofacitinibe para tratar pacientes com Covid-19. A solicitação foi feita pela farmacêutica Pfizer, também responsável pela produção de vacinas contra o vírus.
O medicamento é originalmente usado contra artrite reumatoide e outras doenças autoimunes. O argumento para o uso de emergência do remédio é que ele pode combater a "tempestade inflamatória" causada pelo coronavírus.
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Um estudo brasileiro, publicado no periódico médico The New England Journal of Medicine (NEJM), mostrou que o medicamento diminui o risco de morte e insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com a doença.
O estudo concluiu que entre os pacientes hospitalizados com pneumonia por Covid-19, o Tofacitinibe levou a um risco menor de morte ou insuficiência respiratória, até o dia 28, do que o placebo.
Em comunicado, a Anvisa informa que poderá solicitar as informações adicionais ao laboratório. "As primeiras 24 horas serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários para avaliação estão disponíveis".
A Anvisa detalha que o processo para autorização do uso de emergência do remédio é feito por uma equipe multidisciplinar que envolve especialistas das áreas de Registro, Monitoramento e Inspeção de medicamentos. Além disso, "de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 475/2021, que regulamenta o uso emergencial, o prazo de análise do pedido para medicamentos é de 30 dias", completa.
A pesquisa tem sido realizada pela farmacêutica Pfizer em conjunto com o hospital Albert Einstein, em 15 centros brasileiros. O remédio foi usado no tratamento de 289 adultos internados com Covid-19. Conforme os dados divulgados, a medicação diminuiu em 37% o risco de morte ou falência respiratória dos pacientes.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, o uso do medicamento ainda é questionado e a pesquisa ainda demanda mais testes, porque a quantidade de envolvidos é considerada baixa.