Camilo anuncia aumento do horário do comércio a partir de segunda no Ceará
Comércio de ruas abrirá uma hora mais cedo, a partir das 9 horas. Nos shoppings, o funcionamento passa a ser permitido a partir das 10 horas, duas horas antes em relação ao decreto anteriorO comércio no Ceará abrirá mais cedo a partir de segunda-feira, 12. O comércio de rua poderá abrir às 9 horas. Até então, a permissão de funcionamento era a partir de 10 horas. Shoppings poderão abrir às 10 horas. O horário anterior era 12 horas.
O governador Camilo Santana (PT) anunciou nesta sexta-feira, 9 de julho (9/7), o novo decreto de isolamento social contra a pandemia do coronavírus, em transmissão no Facebook e Instagram. Outras atividades, que ele não elencou, também terão mudanças de horários, que serão descritas no decreto, a ser publicado entre hoje e amanhã.
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O Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia reuniu-se na última quinta, 8, para discussão das novas medidas. Houve reunião também nesta manhã. Na transmissão ao vivo, Camilo ressaltou que as mudanças nesse decreto são poucas, pois a maior parte das atividades econômicas está liberada no Ceará. Ele afirmou que a mudança do horário do comércio tem intenção de evitar pressão sobre o transporte coletivo.
"O objetivo de manter essa diferença de horários é exatamente evitar aglomeração nos transportes urbanos, principalmente de Fortaleza e da Região Metropolitana, porque tem os horários de pico, no início da manhã e no final da tarde. Por isso diferenciamos os horários de início e de término das atividades econômicas."
O governador enfatizou que os dados da pandemia no Estado são "bastante otimistas", mas o momento ainda é de cautela. "Tudo está em queda, mas precisamos sempre estar em alerta. Fala-se na variante Delta e na preocupação com o recrudescimento. Então, até vacinarmos todo mundo, precisamos ter muita cautela e responsabilidade", afirma. O toque de recolher será mantido em todo o Estado, a partir das 23 horas, para evitar festas e aglomerações.
Camilo também comentou a expectativa de chegada para os próximos dias de doses da vacina Sputnik V, comprada da Rússia. Ainda sobre as vacinas, o governador apresentou os dados da campanha de imunização contra a Covid-19 no Estado. Ao todo, já foram aplicadas 4.709.516 doses no Ceará. Dessas, 3.470.375 foram de primeira dose, 1.160.691 de segunda dose e 78.450 doses únicas da vacina da Janssen.
Cenário epidemiológico da Covid-19 no Ceará
O secretário da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues, o Cabeto, apontou melhora dos indicadores de transmissão em todas as regiões. Em Fortaleza, a situação é similar à de antes desta segunda onda da pandemia de Covid-19, com taxa de positividade dos exames em torno de 10%. Em todas as regiões fica abaixo de 50%.
Além disso, a taxa de transmissão também aponta tendência de queda. O índice — chamado R0 — é uma estimativa de como a doença está se espalhando entre a população. Quando está acima de 1, mostra tendência de alta no número de casos. Se a taxa estiver abaixo de 1, a tendência é de queda. O Ceará está nesse segundo caso.
Em Fortaleza, Cabeto aponta que a taxa de transmissão caiu de 0,89 na última semana para 0,87. Nas demais regiões, o índice ou se manteve igual, ou também apresentou queda. "Não quer dizer que a pandemia passou. Quer dizer que temos chance menor de contaminação em todo o Estado", ressalta o secretário.
As internações na rede assistencial também diminuíram, assim como a letalidade da doença. O titular da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) apontou a redução no atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), por onde a maioria dos pacientes entra no sistema de Saúde.
"Nós não só reduzimos o número de pacientes que procuram as UPAs com síndrome gripal como a maioria (dos pacientes atendidos) tem formas leves — o que significa ou o efeito da vacinação, ou infecções por outros vírus que não o coronavírus."
Implantação de barreira sanitária
Outro ponto abordado pelo chefe do Executivo estadual foi a preocupação com alguns pontos de entrada de pessoas no Ceará, principalmente com o Aeroporto de Fortaleza. Por isso, ressaltou que o Estado está realizando testagens no local, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a Fraport, empresa alemã que administra o Aeroporto Internacional Pinto Martins; o Ministérios Público do Estado do Ceará (MPCE) e o Ministério Público Federal (MPF).
"Estamos mantendo essa barreira sanitária, onde estamos fazendo testes por amostragem, de todos os voos que chegam à capital cearense. Isso é muito importante para termos indicadores para nortear como está a pandemia aqui no Estado. São ações desse nível que vamos continuar fazendo", afirma o governador.
Cabeto também destacou o início da testagem no aeroporto e afirmou que, além de Fortaleza, o rastreamento dos casos de Covid-19 vai ser realizado em outras regiões do Estado. "Essa é a fase de tomar cuidado para não ampliar pequenos surtos: usar máscara, evitar grandes aglomerações e testar muito."
Agora, os decretos estaduais valerão por duas semanas. Esta é a primeira live de Camilo desde a data do último decreto, anunciado no dia 28 de junho. No último documento, Governo avançou na liberação de atividades econômicas e comportamentais. Principais mudanças foram para os municípios do Cariri. Atual documento terá vigência até o domingo, 11 de julho.
Setores econômicos do Estado antecipavam a expectativa de novas flexibilizações. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel) reivindicava receber clientes até às 23 horas e o fechamento ocorreria uma hora depois, estendendo o horário de funcionamento dos restaurantes até à 0 hora. Os empresários do setor de eventos também esperavam novidades no anúncio, sobre protocolos de retomada das atividades. (Colaborou Gabriela Custódio)
Decretos na 2ª onda no Ceará
2º lockdown: o isolamento rígido em Fortaleza começou em 5 de março de 2021. No dia 13, decreto estadual estendeu as medidas para todo o Estado.
12 de abril: no dia 4 de abril, Camilo Santana anunciou o início da flexibilização no Ceará para o dia 12 de abril. Com a reabertura, foram permitidas algumas atividades de serviço e comércio em horários reduzidos, toque de recolher de segunda à sexta-feira e lockdown aos fins de semana.
17 de abril: decreto anterior foi mantido, com liberação de atividades físicas individuais em espaços públicos.
23 de abril: flexibilização avança com liberações para escolas, igrejas, templos. barracas de praia e academias de ginástica. Lockdown continua aos sábados e domingos.
30 de abril: Camilo anuncia flexibilização aos sábados e domingos, com autorização para funcionamento de comércio e restaurantes. Na semana, as regras seguem as mesmas.
7 de maio: após quatro semanas de flexibilização, o Ceará não avança na reabertura, mantendo as medidas em vigor. Dois indicadores acenderam sinal de alerta: alto patamar de internações e aumento na positividade de exames
14 de maio: Região de Fortaleza e de Sobral avançam na flexibilização, com ampliação do horário de funcionamento das atividades comerciais. Cariri, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe continuam com as mesmas restrições.
22 de maio: decreto anterior é prorrogado mantendo ampliação Fortaleza e de Sobral e medidas mais rígidas nas outras três regiões do Estado
29 de maio: decreto amplia flexibilização no Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe, que passam à mesma situação de Fortaleza e Sobral. Cariri mantém restrições
4 de junho: decreto amplia horário de funcionamento de shoppings e restaurantes até 22 horas e toque de recolher vai para 23 horas. Exceção é Cariri, onde restrições são mantidas
11 de junho: governo libera aulas em todas as séries do ensino médio, amplia a capacidade de público em academias, reabre museus, bibliotecas e cinemas. Apenas o Cariri continua com restrições
18 de junho: governador anuncia prorrogação do decreto, interrompendo a sequência de reabertura. Restrições mais severas mantidas no Cariri.
25 de junho: governo libera aulas presenciais em universidades.
28 de junho: decreto autoriza o funcionamento de feiras livres.
9 de julho: anunciado aumento do horário do comércio.
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