Homem de 72 anos testa positivo para Covid-19 durante 10 meses

O britânico permaneceu com o vírus ativo no corpo por mais de 300 dias, sendo submetido a uma terapia experimental que o possibilitou receber seu primeiro teste positivo desde a primeira onda da pandemia, período em que foi infectado

17:45 | Jun. 25, 2021

Por: Marília Serpa
Antes de ser infectado, o britânico já tinha o sistema imunológico debilitado pela leucemia, a qual foi tratada com quimioterapia em 2019 (foto: Reprodução/BBC)

Dave Smith, 72, instrutor de autoescola aposentado, permaneceu infectado pelo novo coronavírus por 10 meses. Ele foi infectado em março de 2020, durante o início da primeira onda da pandemia no Reino Unido, permanecendo com o vírus ativo no organismo por mais de 300 dias. O homem, que vive na cidade de Bristol, no sudoeste da Inglaterra, passou por sete internações e 40 testes positivos.

Antes contrair o vírus, Smith tinha o sistema imunológico debilitado por conta de uma leucemia, tratada com quimioterapia em 2019, além de possuir histórico de doença pulmonar. Ele pesava 117kg, mas perdeu mais de 60kg enquanto enfrentava a infecção.

LEIA MAIS | Vacina cubana Abdala apresenta eficácia de 92% contra a Covid-19, diz laboratório + Com propagação da variante, Sydney entra em fase 'mais assustadora', diz premiê

À rede de televisão britânica BBC, o idoso declarou: "Eu rezava o tempo todo: o próximo será negativo, o próximo será negativo, mas nunca era”. Por conta da dificuldade enfrentada no tratamento, o aposentado foi autorizado a ser submetido a uma terapia experimental, recebendo o coquetel de anticorpos sintéticos desenvolvido pela empresa americana Regeneron, não autorizado no Reino Unido. Foi o mesmo recebido pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Após 45 dias do uso do medicamento, o primeiro teste negativo para Sars-CoV-2 veio. O resultado foi constatado 305 dias após a confirmação da infecção. O caso vem sendo estudado pela Universidade de Bristol e é considerado por especialistas como o quadro de contágio mais longo de Covid-19 no mundo, o que demonstra a enorme força do patógeno.