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Coronavírus
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Em clima de festa junina, "Arraiá da Vacinação" em Fortaleza tem quadrilhas e grupos musicais

Ao som de muito forró, vacina foi festejada por quem recebeu a primeira dose durante o evento

23:11 | 18/06/2021
Quadrilhas juninas se apresentaram durante "Arraiá da Vacinação" em Fortaleza (Foto: Bárbara Moira/ O POVO)
Quadrilhas juninas se apresentaram durante "Arraiá da Vacinação" em Fortaleza (Foto: Bárbara Moira/ O POVO)

Pelo segundo ano consecutivo, a Covid-19 interrompe uma das tradições culturais mais aguardadas pelo povo nordestino. Em 2021, com a pandemia ainda em alta, não haverá festejos juninos. Mas desta vez, ao contrário do ano passado, há um motivo mais do que especial para celebrar a esperança em dias melhores: a vacina. Pensando nisso, a Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS) promoveu, nesta sexta,19, no Centro de Eventos, o primeiro "Arraiá da Vacinação" contra a Covid-19.

Em clima de festa junina, com direito a apresentações de quadrilhas e grupos musicais, a vacina foi festejada por quem já estava esperando ela chegar há muito tempo. A exemplo da administradora de academias, Ilana Brasil, 40, que após receber a primeira dose do imunizante, disse que a reação imediata foi a esperança de dias melhores. “Esperança é a primeira coisa que a gente sente. Eu já estava aguardando por isso há muito tempo, mas ser vacinada aqui com este clima de festa, para mim, foi incrível. Estamos num período que remete a felicidade, comemoração, encontros… Então, apesar de a gente não poder viver tudo isso ainda, traz um fio de esperança que estamos perto de ter as festas juninas de volta, quem sabe no ano que vem”, relata.

Ilana Brasil exibe cartão de vacinação após ser imunizada no "Arraiá de Vacinação" no Centro de Eventos
Ilana Brasil exibe cartão de vacinação após ser imunizada no "Arraiá de Vacinação" no Centro de Eventos (Foto: Bárbara Moira)

O momento também foi de alegria até mesmo para quem não foi vacinado. A estudante Mariana Costa, 22, integrante da quadrilha “Amor Nordestino”, que se apresentou no evento, transbordava de felicidade. “Hoje meu pai tomou a primeira dose e na próxima semana vai ser minha mãe. Isso traz a esperança de que minha vez também está chegando”, disse, acrescentando que voltar a dançar quadrilha depois de quase dois anos “é renovador e faz bem para a alma”, ainda que a pandemia não tenha chegado ao fim.

Mateus Silva, 17, que também integra o grupo, contou que participar do evento proporcionou felicidade dupla. “Ficar longe dos festivais foi muito difícil. Hoje, a gente está matando um pouco dessa saudade. E o mais legal é fazer isso com este sentimento de esperança, vendo as pessoas felizes por causa da vacina”, disse.

Segundo a SMS, pelo menos 12 mil pessoas do público geral, de 18 a 59 anos, estavam agendadas para receber a vacina durante o Arraiá. A ação começou às 8 horas e foi encerrada às 23 horas. Até o fechamento desta matéria, a pasta não havia informado quantas doses foram aplicadas durante o evento, mas a expectativa era imunizar cerca de 80 mil pessoas neste fim de semana.

Incentivo aos artistas

Além de festejar a vacina, o Arraiá serviu como incentivo à classe artística, uma das mais afetadas pela pandemia. É o que aponta o secretário de cultura de Fortaleza, Elpídio Nogueira, ao destacar que a iniciativa se transformou numa oportunidade de beneficiar a classe artística. “Enquanto a população aguarda na fila, nada melhor do que apreciar a cultura cearense em uma boa festa de São João, uma oportunidade de contemplar nossos artistas da classe musical", afirma o secretário.

O cantor Clementino Moura, 24, que também se apresentou no evento, elogiou a ação. “É um momento muito importante para nós músicos porque incentiva o pessoal a se vacinar e ao mesmo tempo traz a esperança de que está mais perto de a gente se reencontrar com o público. Isso é muito bom para a nossa classe, que tem sido muito atingida nessa pandemia”, afirma.

Ritmo da vacinação

Para acompanhar a velocidade dos acordes da sanfona, a marcha da imunização na Capital cearense precisa acelerar o passo. Até a última atualização do Vacinômetro da Secretaria Municipal de Saúde, às 22h24min desta sexta-feira, 18, o número de pessoas vacinadas com a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 era de 857.616, correspondente a apenas 31,9% da população total do município, que chega a 2.686.000 habitantes, segundo projeção do IBGE.

Se a comparação for feita tendo como base o número de vacinados com as duas doses, o percentual cai para 12,5%, pois somente 337.625 pessoas se enquadram nessa condição. Essa seria a quantidade de pessoas efetivamente imunizadas na Cidade, uma vez que a proteção só é garantida, segundo especialistas, quando completado o esquema vacinal, no caso das vacinas que exigem dose de reforço, como CoronaVac, Pfizer e Astrazeneca.