Vacina da Uece: pesquisadores aguardam verba para continuar estudo e iniciar testes
R$ 700 mil serão destinados à Universidade Estadual do Ceará para repasse ao desenvolvimento de pesquisas cearenses, dentre elas a do HH-120-Defenser — possível imunizante cearense contra a Covid-19
18:13 | Jun. 18, 2021
O projeto da HH-120-Defenser, possível imunizante cearense contra a Covid-19, começou a ser analisado pela câmara da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Caso seja aprovado, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) repassará R$ 700 mil ao laboratório e parte deverá ser usada para continuação do estudo e um possível início da fase de testes mais avançados.
Segundo confirmou ao O POVO Tarcísio Pequeno, presidente da Funcap, o projeto chegou para análise técnica da fundação na manhã dessa quinta-feira, 17, e será observado "com celeridade" pela câmara composta por professores sêniores devido à urgência da pandemia. A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) confirmou os tramites dos R$ 700 mil à Funcap.
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Ajudas à pesquisa do Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular (LBBM) já foram confirmadas anteriormente por Camilo Santana (PT), durante visita ao local onde a possível vacina cearense e outros estudos seguem em desenvolvimento.
O valor é necessário para dar continuidade ao projeto, reforça o doutorando e um dos pesquisadores envolvidos na pesquisa, Ney de Carvalho. "Esse dinheiro, já teoricamente assinado pelo governador, ainda não chegou. Não nos deram um prazo, mas estamos correndo atrás de fazer o mais rápido possível", analisa.
Segundo o pesquisador, o dinheiro viabilizará a continuação da pesquisa do imunizante e outras desenvolvidas no LBBM. "Já estamos fazendo parceria e comprando materiais que eu posso comprar do meu bolso. Mas tem outras coisas que não temos condições."
Segundo Tarcísio, o laboratório nunca parou suas atividades. "Esse grupo tem equipamentos que foram financiados e já está trabalhando. O projeto é essencial, mas o expediremos o mais rápido possível", garantiu. Ele recorda que a análise da Funcap é 'bem similiar' com as realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Mas somos mais rápidos que ela", comentou.
O processo citado pelo presidente da Funcap é o de análise dos estudos clínicos, no qual o possível imunizante segue na fase de testes em animais e testes em laboratórios. Os resultados da etapa são exigidos pela Anvisa antes da autorização da etapa prática em humanos.
Espera-se que, após a autorização da Anvisa, as fases 1 e 2 sejam compostas por idosos acima de 60 anos com e sem comorbidades. A Universidade Federal do Ceará (UFC) seria local de realização dos testes. Na terceira fase em humanos, entraria a população geral de forma multicêntrica e, se possível, em países parceiros.
OP + | O que podemos esperar de uma vacina cearense contra a Covid-19?
Ao O POVO, Ney Carvalho citou que o LBBM ainda não enviou projeto específico para análise de um projeto da HH-120 Defenser devido a falta de editais por parte do Governo do Estado. "O único aberto foi em março de 2020 pelo Governo Federal. O Estadual nunca abriu e, se abriu, não tivemos conhecimento" conversou.
Segundo o pesquisador, os R$ 700 mil destinados ao laboratório são de outras duas pesquisas, mas parte do dinheiro será investida para a pesquisa da vacina. Isso viabilizará o fim da fase pré-clínica e o envio dos resultados o mais rápido possível para a Anvisa.
A fase no qual se refere o pesquisador é a última antes da autorização dos testes em humanos. Caso os resultados do estudo pré-clínico sejam positivos e, assim, autorizados pela Agência nacional, daí inicia-se a outra fase. Essa necessita de outros investimentos, ainda orçados pela equipe do LBBM.