Ceará tem 1,4 mil reações adversas à vacina, nenhuma grave: veja como proceder

Reações correspondem às vacinas AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac. Não houve eventos graves relacionados à imunização, e a Sesa alerta para que população comunique reações após a vacina em até 30 dias

Sem casos graves relacionados à vacina, o Ceará notificou um total de 1.401 casos suspeitos de Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) entre as aplicações de imunizantes contra a Covid-19, dos dias 24 de janeiro a 28 de maio. Os casos são elencados entre Eventos Adversos Não Graves (EANG) e Eventos Graves (EAG). Até o dia 28 de abril, eram 916 casos de EAPV. 

Um total de 40% dos municípios cearenses - 73 de 183 cidades - notificaram os casos. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) orienta que a população procure serviços de saúde e comunique aos órgãos responsáveis sobre possíveis reações após a aplicação em até 30 dias. Das 1.401 notificações:

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- 772 são do imunizante CoronaVac; já foram avaliados 615 casos, e outros 157 seguem em investigação. Dos 615 casos avaliados, 555 foram de eventos adversos não graves, outros 60 foram de eventos graves coincidentes, ou seja, sem relação com a vacina aplicada.

- 623 são da AstraZenenca; já foram avaliados 466 casos, e outros 157 seguem em investigação. Dos 466 casos avaliados, 393 foram de evento adverso não grave, outros 73 foram de eventos graves sem relações com a vacina aplicada.

- Seis casos são da Pfizer, todos não graves e esperados para o produto.

Dentre os sintomas percebidos pelos pacientes, estão febre, dor de cabeça, calafrios, dores musculares, desconfortos abdominais, edema, dor localizada, náusea, coceiras e sonolência. Segundo Surama Elarrat, técnica da Célula de Imunização da Sesa, os eventos apareceram nas primeiras 24 horas da aplicação e melhoraram em poucos dias ou em até 72h.

"As reações adversas são comuns em procedimentos. Temos acompanhado reações leves, mas as vacinas são seguras e não têm tido nenhum problema maior ou reações graves", ressaltou Magda Almeida, secretaria executiva de Vigilância e Regulação da Sesa. "Como são vacinas novas, é importante acompanhar todo esse monitoramento. Temos uma equipe especializada. As vacinas são seguras, e é importante saber que a imunidade da Covid-19 só chega na segunda dose".

Como outras vacinas, a hipersensibilidade ao principio ativo ou outros componentes são contraindicações a qualquer imunizante e não mudam para os da Covid-19.

Confira as contraindicações das vacinas, segundo o plano de operacionalização da vacina no Ceará e a técnica da Célula de Imunização da Sesa, Surama Elarrat:

- Hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer dos excipientes da vacina;

- Para pessoas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a uma dose anterior de uma vacina da Covid-19;

- AstraZeneca: contraindicação para gestantes e puérperas; estas estão recebendo a Pfizer ou CoronaVac. As gestantes e puérperas, incluídas as sem fatores de risco adicionais, que já tenham recebido a primeira dose da Oxford/AstraZenenca/Fiocruz deverão aguardar o término do período gestacional e puerpério - ou seja, até 45 dias após o parto - para administração da segunda dose da vacina;

- AstraZenenca é contraindicada àqueles que já sofreram trombose venosa e/ou arterial associada a trombocitopenia. Sesa informou que não há notificações de casos da Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (TTS) até então no Ceará.

LEIA MAIS | + Entenda como funciona o processo de imunização após a vacina

Pessoas com antecedentes de trombose ou de trombofilia, independentemente do uso de coagulantes, não possuem contraindicação ao uso da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz ou outra vacina que utilize plataforma de vetor viral não-replicante.

Segundo divulgou anteriormente a Sesa, o risco de trombose por vacina é raríssimo: um total de quatro casos em cada um milhão de vacinados (0,0004%). Obter trombose por Covid-19 é maior, segundo o órgão, com 165 mil casos entre 1 milhão de pacientes (16,5%).

Recomendações

Em casos de reações locais, a Sesa recomenda aplicação de compressas frias nas primeiras 24h a 48h após no local da aplicação, além da administração de analgésico, se necessário. No caso de febre, manter repouso, hidratação constante  e ficar em ambientes ventilados ajudam na melhora dos sintomas. Usar antitérmicos também pode ser recomendado.

Segundo a Sesa, os pacientes notificados e confirmados com reações adversas foram orientados pelos respectivos municípios. Todos os eventos adversos pós-vacinação são reportados ao sistema de notificação do Ministério da Saúde (MS), o e-SUS. Tanto como reações locais como de febre, não há indicações para cuidados após a segunda dose. 

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O Ceará já aplicou um total de 3.407.550 doses aplicadas das vacinas. Do total, 2.317.836 correspondem a D1; e outras 1.089.714 correspondem a D2. Em Fortaleza, a imunização segue nesta quinta, 17. Confira aqui a lista de agendados para hoje (17/06). 

Serviço

Pessoas com reação pós-vacina da Covid-19 devem procurar postos de saúde apresentando documento com foto e cartão de vacinação. Também podem ser atendidas pelo Plantão Coronavírus: WhatsApp (85) 98439.0647. Também podem entrar em contato com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) pelos telefones (85) 3101.4860, 3101.5215 e 98724.0455 ou pelos e-mails cievsceara@gmail.com e novocorona.ce@gmail.com.

Sesa já divulgou reações anteriores

O último balanço de reações adversas foi notificado pela Sesa ainda em abril. Até o dia 28 de abril, eram 916 casos de EAPV. Desses, 611 de pessoas imunizadas com a CoronaVac e outros 305 casos de pessoas que receberam AstraZeneca.

Os sintomas mais comuns também foram febre, cefaléia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular), calafrios, diarreia, desconforto abdominal, edema, dor localizada, náusea, prurido (coceira) e sonolência. As reações adversas, conforme especifica a nota da Sesa, não necessariamente são causadas pelo uso dos imunizantes.

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