Entrega de 7 milhões de doses da Pfizer será antecipada, anuncia Queiroga

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em publicação no Twitter que o Brasil receberá 15 milhões de doses em julho. Governo Federal ignorou diversas ofertas feitas pela farmacêutica ainda em 2020

A entrega de 7 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica Pfizer será antecipada, e o Brasil vai receber 15 milhões de doses do imunizante em julho. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter. Uma das questões mais apontadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, do Senado, tem sido o fato de o Governo Federal ter ignorado diversas ofertas de venda da vacina feitas pela farmacêutica norte-americana em 2020.

"Pleiteamos junto à Pfizer, haja vista que o Brasil tem um contrato para 200 milhões de doses, a antecipação de doses. E conseguimos, hoje, uma reposta da Pfizer atendendo à solicitação do presidente da República", afirmou o ministro à imprensa. Inicialmente, de acordo com ele, a previsão era de que 8 milhões de doses chegassem ao País no próximo mês. Com as novas vacinas, o Brasil vai receber, ao todo, 15 milhões de doses em julho.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu-se, de forma virtual, com o gerente-geral da Pfizer na América Latina e ex-presidente da empresa no Brasil, Carlos Murillo, na segunda-feira, 14. Segundo apuração da CNN Brasil, a solicitação foi de que 10 milhões de doses do imunizante fossem entregues em julho. Também participaram da reunião os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, além do chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

CPI da Pandemia

O gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito no dia 13 de maio. Na ocasião, ele detalhou o cronograma de vacinas sugerido ao Brasil para 2020 e 2021 e disse que a primeira oferta de imunizantes foi feita em 14 de agosto. A proposta previa 30 milhões ou 70 milhões de doses – das quais 500 mil seriam distribuídas em 2020. O restante seria entregue entre os quatro trimestres deste ano.

A segunda oferta, em 18 de agosto de 2020, foi de 1,5 milhão de doses para o ano passado e o restante em 2021. Em 26 de agosto, ficou negociado que seriam 3 milhões para o primeiro trimestre, 14 milhões no segundo, 26,5 milhões no terceiro trimestre e 25 milhões de vacinas no quarto. Murillo afirmou que, após esse contato, o governo “não aceitou, tampouco rejeitou” a oferta, e a proposta tinha validade de 15 dias. Porém, não houve retorno por parte do governo brasileiro.

O executivo também informou que, em setembro de 2020, a Pfizer enviou uma carta endereçada ao presidente Jair Bolsonaro, ao vice-presidente Hamilton Mourão, ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao então ministro da Casa Civil, Braga Netto, além do embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster Jr.

Nela, a farmacêutica pedia uma resposta rápida do Brasil, devido à alta procura pela vacina no mundo. A resposta, porém, foi dada apenas dois meses depois, em novembro. O imunizante obteve o registro permanente na Anvisa em fevereiro deste ano, e o primeiro contrato fechado com o governo brasileiro foi celebrado em 8 de março de 2021.

Vacinação de adolescentes

Na última sexta-feira, 11, a vacina da Pfizer recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em crianças a partir de 12 anos. O pedido à agência havia sido protocolado no dia 13 de maio. Para a autorização, a Anvisa avaliou estudos de segurança e eficácia para a administração do imunizante nessa faixa etária foram realizados fora do Brasil.

Com a inclusão desse público, pelo menos 704.852 pessoas com idades entre 12 e 15 anos passam a integrar o grupo apto a receber imunização contra a Covid-19 no Ceará, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em resposta a questionamento do O POVO, o Ministério da Saúde afirmou em nota, sem informar data, que o tema será debatido na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis. (Com Agência Brasil)

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