Betim começa a vacinar adolescentes contra a Covid-19 antes de completar vacinação em adultos

A partir de hoje, 16, a cidade metropolitana de Betim, em Minas Gerais, começará a vacinação de estudantes entre 12 a 14 anos contra a Covid-19. O intuito é preparar o município para volta às aulas, entretanto, medida é contrária a orientação do Ministério da Saúde (MS) de vacinar grupos prioritários antes do público geral.

A medida foi anunciada a partir do recebimento de 6.047 doses da vacina da Pfizer pelo município, imunizante que tem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usado em pessoas a partir de 12 anos. A expectativa é de imunizar aproximadamente 19 mil alunos - desses, 13.519 estudantes são da rede municipal.

A primeira etapa de imunização será com alunos da rede pública dos 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. Ao longo da semana, a gestão abrirá o cadastro para que instituições estaduais e privadas façam adesão dos respectivos alunos. Os professores da cidade já foram imunizados contra a Covid-19.

Segundo informações do portal G1, o Ministério da Saúde disse que a ampliação da vacinação para adolescentes acima de 12 anos ainda está em "discussão". E reforçou que "a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e imunizar toda a população acima de 18 anos" - o que ainda não foi feito em Betim.

Atualmente, a cidade está imunizando pessoas com 59 anos, pessoas com deficiência permanente e pessoas de 40 a 49 anos com comorbidade. O secretário de Saúde do Estado, Fábio Baccheretti, reforçou que a decisão é "isolada" e que a vacinação de crianças e adolescentes antes do Ministério decidir não pode ser prevista. 

Em entrevista à TV Globo, o secretário municipal de Saúde, Augusto Viana, disse que a prefeitura realizou uma "discussão interna" e optou por imunizar os estudantes de 12 a 14 anos por serem um dos principais vetores dos vírus. 

"Nós estamos procurando cumprir esse protocolo do mais velho para o mais novo, mas, ao mesmo tempo, vários estudos apontam cientificamente que este é o grupo de maiores vetores, os adolescentes são os grandes vetores. Estamos dando um passo no sentido de procurar imunizar os principais vetores do vírus", pontuou.

Augusto criticou o plano nacional de vacinação contra a Covid-19 e destacou que Betim tem as próprias "percepções" do que está "sofrendo no dia a dia". "O que temos de novidade que a ciência já nos apresentou é a possibilidade de imunizar adolescentes a partir de 12 anos, que são um dos principais vetores", reforçou. "No nosso entendimento, tem que ter vacina para todo mundo e, dentro desta escassez de vacinas, devemos ter capacidade de manuseá-las".