Boletim da Fiocruz aponta alto risco de transmissão da Covid-19 no Brasil
Para reduzir transmissão, pelo menos 80% da população deve usar máscara. Boletim indica que governos devem distribuir máscaras em massa, com uso das que apresentam maior proteção, como a PFF2, para os trabalhadores mais expostos
20:06 | Jun. 09, 2021
O atual cenário da pandemia no Brasil é considerado de alto risco. Isso porque a oscilação no número de casos nas últimas semanas indica alto nível de transmissão do vírus. Vinte estados e o Distrito Federal, incluindo o Ceará, bem como 17 capitais, encontram-se com taxas de ocupação de leitos iguais ou superiores a 80%. Esse patamar é classificado como nível crítico. O indicador mantém-se em relativa estabilidade, mas em níveis muito elevados na maioria dos estados e capitais. A análise consta em Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira, 9.
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“Ainda é prematuro considerar que há uma queda sustentável de casos e óbitos ou que estamos entrando em uma terceira onda”, observam os pesquisadores da instituição.
Encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%, 12 unidades da Federação: Tocantins (94%), Maranhão (90%), Ceará (93%), Rio Grande do Norte (94%), Pernambuco (97%), Alagoas (91%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (97%), Mato Grosso do Sul (107%), Goiás (90%) e Distrito Federal (90%). Outros nove apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 80% e 89%, e cinco estados estão na zona de alerta intermediário (60% e <80%). Um está fora da zona de alerta: Acre (41%).
Os pesquisadores da instituição chamam atenção para a necessidade de se combinar medidas de enfrentamento, nas próximas semanas, até que a maior parte da população esteja vacinada. Isso inclui medidas de distanciamento social, como o bloqueio/lockdown, que deve ser adotado para os estados e municípios com taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 de 85% ou mais.
Dentre as medidas apontadas, está a ampliação da disponibilidade e o uso de máscaras, "com distribuição e uso das que apresentam maior proteção para os trabalhadores mais expostos", incluindo os profissionais da área de educação. A meta é que 80% da população faça uso de máscara, o que confere "uma redução muito acentuada da transmissão". Se somente 50% da população utilizar máscaras, a redução é mínima, segundo a Fiocruz.
De acordo com o boletim, é indicado que as pessoas que apresentam maior exposição façam uso de máscaras com maior capacidade de proteção, como as do tipo PFF2 (equivalente a N95). Vindo em seguida as máscaras cirúrgicas, TNT SMS, TNT simples e algodão multicamadas. Uma opção é a combinação de máscaras cirúrgicas com máscaras de pano multicamadas, que resulta também em maior capacidade de proteção. Além disso, governos devem realizar campanhas sobre a importância do uso de máscara e como usá-las.