Estagiários da Educação são impedidos de se vacinarem no Centro de Eventos

Um dos estagiários foi para outro polo de vacinação após a tentativa frustrada no Centro de Eventos e foi imunizado, mesmo sem agendamento. Relatos recebidos afirmam que vacinação dos profissionais em formação aconteceu normalmente em outros polos

Um grupo de cerca de 30 estagiários da área da educação denuncia que não conseguiu ser vacinado na manhã desta quinta-feira, 3, no Centro de Eventos, em Fortaleza. Em vídeos recebidos pelo O POVO, funcionários da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) responsáveis pela vacinação no local defendem que estagiários do setor não poderiam ser vacinados.

Rennes Lima, estagiário da rede privada de ensino, relata que foi agendado para ir ao local, mas ao chegar foi informado que os estagiários não seriam vacinado. Diante da insistência e reclamação dos profissionais em formação, uma das funcionárias da SMS chegou a justificar a negação do imunizante com a resolução n° 58/2021 da Comissão Intergestores Bipartite (CIB/CE).

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>> Veja o documento apresentado aos estagiários: Clique aqui para baixar o PDF.

Os estagiários presentes no local, no entanto, reclamaram que o documento não traz em nenhuma parte do texto que eles não poderiam ser vacinados. Eles alegam, inclusive, que colegas foram vacinados contra a Covid-19, mesmo com declarações de que eram estudantes. A reportagem teve acesso a um registro que mostra um cartão de vacinação preenchido e uma observação em que se lê “estagiária” no canto superior direito.

Durante a tarde de hoje, Rennes resolveu tentar se vacinar em outro polo de vacinação, o Cuca do Jangurussu, e conseguiu receber o imunizante, mesmo sem o agendamento para o local. Outros relatos recebidos pela reportagem também indicam que a vacinação dos profissionais em formação acontece normalmente em outros lugares e apenas no Centro de Eventos há esse impedimento.

"Nós temos o mesmo contato com as crianças em relação ao professor formado. Às vezes até um pouco mais, porque quando um professor precisa de alguma coisa direto com a criança ele pede ajuda para os estagiários. Nós levamos a criança pela mão até os pais, entregamos um copo d’água para ela... Além disso, vivemos no mesmo ambiente e convivemos com as mesmas pessoas que os professores”, relata Rennes, que retornou às aulas presenciais em fevereiro deste ano.

Uma outra estagiária ouvida pela reportagem, cuja identidade será preservada, disse que colegas que tinham declaração de vínculo com o trabalho sem a palavra estagiário conseguiram se vacinar, mesmo ocupando essa função. “A gente fica com a sensação de que eles fizeram isso porque hoje é feriado e nós temos mais dificuldade para entrar em contato com o Ministério Público”, lamenta.

O POVO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não foi respondido até a publicação desta matéria.

Vacinação de trabalhadores da educação

Total de 20.522 trabalhadores da educação básica e 242 da educação superior receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Ceará até esta quarta-feira, 2, conforme dados do Vacinômetro da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Somente na Capital, mais de 12 mil professores da rede básica foram vacinados.

O início da vacinação deste setor envolveu polêmica com medida do governo estadual que prevê a vacinação deste grupo prioritário somente caso concordem com retorno ao ensino presencial após estarem imunizados contra a Covid-19, no segundo semestre deste ano. A Comissão responsável por analisar o caso chegou a considerar a revogação do termo, mas manteve a obrigatoriedade.

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