"Até a próxima semana os municípios devem receber as vacinas da Pfizer", afirma Cosems
Atualmente, Fortaleza é o único município cearense aplicando o imunizante devido à logística de transporte e armazenamento. Outras 25 cidades foram aprovadas para receber as doses
Atualizada às 19 horas
Doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 devem chegar a municípios do Interior do Ceará até a próxima semana. É o que estima a presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Sayonara Moura. "O Estado tem as condições de transporte, mas os municípios precisam providenciar as formas de receber", explica.
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Segundo ela, cada Área Descentralizada de Saúde (ADS) e cada cidade está preenchendo um formulário informando as condições disponíveis. "As caixas de transporte são diferenciadas. Os municípios precisam ter um local com menos de duas horas de distância que tenham um freezer que vá até -15ºC ou -20ºC. Foi feito um levantamento pelo Estado e uma distribuição com muita responsabilidade," explica. "Isso é muito importante nesse momento que estão tendo problemas graves com o desabastecimento da Coronavac e da Astrazeneca".
As dificuldades logísticas se dão porque o imunizante é envolto em uma camada de gordura para não se degradar facilmente e, por isso, precisa ser armazenado em temperaturas negativas. As doses podem ficar até 6 meses em freezer de Ultra Baixa Temperatura, entre -90°C e -60°C. Já em freezer entre -25°C e -15°C, o prazo é de até 14 dias. Para uso, podem ficar no máximo 2 horas em temperatura ambiente (recomendada a 23ºC).
Conforme a presidente do Cosems, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) deverá continuar sendo a responsável pela distribuição e transporte das doses, bem como pelo treinamento de profissionais. Já os municípios, se comprometeram a comprar os materiais necessários, designar uma equipe específica e providenciar um espaço com refrigeração (ar-condicionado) para ser o local de vacinação.
Apesar de apenas Fortaleza estar aplicando o imunizante no momento, ao todo 26 municípios do Ceará foram aprovados pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) como aptos a receber doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Sayonara explica que a escolha desses municípios foi feita contemplando de forma equivalente a população de cada uma das sete ADS. "Aí foram acrescentados Aquiraz, Eusébio, Itaitinga e Horizonte porque a Fiocruz se disponibilizou para armazenar a doses."
Veja a lista dos municípios elegíveis ao recebimento das doses da Pfizer:
- Acaraú
- Aquiraz
- Aracati
- Barbalha
- Baturité
- Brejo Santo
- Camocim
- Canindé
- Caucaia
- Crateús
- Crato
- Eusébio
- Fortaleza
- Horizonte
- Itaitinga
- Juazeiro do Norte
- Icó
- Iguatu
- Limoeiro do Norte
- Itapipoca
- Maracanaú
- Quixadá
- Russas
- Sobral
- Tauá
- Tianguá
De acordo com a Sesa, "os municípios que receberão as doses deverão ter profissionais capacitados com treinamento específico da Sesa e alguns equipamentos e procedimentos para estarem aptos a aplicar os imunizantes". O treinamento das equipes de vacinação do Interior devem ter início nesta sexta-feira, 21.
"As centrais das Redes de Frio estaduais e as secretarias municipais de saúde devem obrigatoriamente manter as doses em temperatura orientada entre -25°C e -15°C, acondicionadas em freezer científico, num intervalo máximo de 14 dias", detalha a pasta sobre os critério de elegibilidade.
A secretaria informa ainda que outros municípios solicitaram elegibilidade para receber o imunizante da fabricante norte-americana e serão analisados quanto à capacidade de atender às especificações técnicas. "Diante da necessidade de avaliar a capacidade instalada dos municípios em receber o insumo, a equipe da Célula de Imunização (Cemun) da pasta continuará analisando os checklists recebidos", completa.
A vacina da Pfizer
O primeiro lote do imunizante chegou ao Ceará no dia 3 de maio. Na semana seguinte, outra remessa aterrissou em Fortaleza. Até o momento, o Estado recebeu 63.180 doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19.
Distribuídas pelo Plano Nacional de Imunização, as doses são destinadas ao 3º grupo de prioridades. Ou seja, gestantes, puérperas, pessoas com deficiências e pessoas com comorbidades.
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A vacina utiliza a tecnologia chamada de mRNA ou RNA-mensageiro. Assim, os imunizantes são criados a partir da replicação de sequências de RNA (o material genético dos vírus) por meio de engenharia genética O RNA mensageiro mimetiza a proteína spike. Essa "cópia", no entanto, não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo. Segundo a Pfizer/BioNTech, a vacina tem 94,6% de eficácia para casos leves e moderados e 100% para casos graves.
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