"Produto da dedicação de nossos pesquisadores", diz reitor da Uece sobre vacina cearense

Obtendo resultados satisfatórios na etapa pré-clínica com camundongos, o estudo agora espera autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar testes em humanos. Reitor da Uece se reuniu com governador Camilo Santana e secretário Inácio Arruda sobre apoio ao estudo

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), se reuniu nesta terça-feira, 11, com o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Hildebrando Soares, para discutirem sobre vacina contra Covid-19 em desenvolvimento pela instituição. O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Inácio Arruda, também esteve presente no encontro.

Em vídeos publicados no Twitter, Camilo parabeniza os pesquisadores envolvidos nos estudos da vacina cearense e reforça a importância de um imunizante local no enfrentamento da pandemia. Também em apoio, Inácio complementa que a pesquisa pode “continuar e resultar num produto que vai ajudar o combate à Covid no Brasil inteiro e, quem sabe, no mundo”.

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Hildebrando expressa seu orgulho pelos estudantes e docentes da Uece e do Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular envolvidos na pesquisa. Ele também revela que o governo estadual concordou em fornecer o apoio necessário para o avanço da vacina. “Saímos dessa reunião com todo o apoio necessário do Governo do Ceará para que esse projeto possa avançar”, diz.

Obtendo resultados satisfatórios na etapa pré-clínica com camundongos, o estudo agora espera autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar testes em humanos. Caso sejam aprovados, os testes serão divididos em três etapas, cada uma focando em perfis diferentes que podem ser afetados de maneiras variadas pela Covid-19.

O imunizante veterinário utiliza um coronavírus aviário (IBV) atenuado que é manuseado há décadas na avicultura e não causa infecção em seres humanos. Possivelmente, a vacina deverá ser aplicada via intranasal, por meio de gotas no nariz, em duas doses, com intervalo de 15 dias, e um reforço a cada seis meses.

O pesquisador e médico veterinário Ney de Carvalho Almeida, do Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece, está trabalhando no estudo com uma equipe. Doutorando em Biotecnologia, ele explica que o vírus aviário empregado na vacina é da mesma família do Sars-Cov-2, que causa a Covid-19, mas pertence a outro grupo.

“Os camundongos responderam como estávamos esperando com a vacina aviária, produzindo anticorpos. Colhemos esses anticorpos e vimos que eles conseguiram neutralizar o Sars-Cov-2. Esperamos que seja semelhante em humanos”, projeta. Nenhum efeito adverso foi registrado nos roedores.

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Ney foi quem propôs testar a vacina veterinária aplicada em aves contra o novo coronavírus para sua tese de Doutorado. Segundo ele, a possibilidade de administração intranasal do imunizante viabiliza a disponibilização do mesmo em farmácias, após uma eventual aprovação.

Se tudo der certo nas três etapas dos estudos com humanos, a invenção cearense para combater a Covid-19 poderá ser comercializada a baixo custo. Com apenas 11 reais, Ney diz que seria possível comprar 250 doses e imunizar 125 pessoas, considerando duas doses.

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