Segunda onda no Ceará tem 76,4% mais casos de Covid-19 do que a primeira

De acordo com a Sesa, são 11.609 casos a mais entre as semanas epidemiológicas (SE) 14 de 2021 — de 4 a 10 de abril — e SE 20 de 2020 — de 10 a 16 de maio do ano passado

21:27 | Abr. 30, 2021

Por: Gabriela Custódio
A média móvel de casos de Covid-19 teve redução discreta a partir da segunda quinzena de março (foto: Reprodução/AFP)

A segunda onda da pandemia de Covid-19 no Ceará já conta com 11,6 mil casos a mais do que a primeira. É o equivalente a um aumento de 76,4%. A informação consta no 16º Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgado nesta sexta-feira, 30. A publicação considera os dados registrados até 24 de abril.

Foram comparados os dados da Semana Epidemiológica (SE) 14 de 2021 — período de 4 a 10 de abril — com os da SE 20 de 2020 — intervalo de 10 a 16 de maio —, quando foi registrado o pico dos casos confirmados na primeira onda.

 

Nas semanas seguintes à SE 20 do ano passado foi registada uma redução gradual dos números de casos confirmados de Covid-19. Essa queda continuou até a SE 42, de 11 a 17 de outubro de 2020, quando as confirmações voltaram a aumentar. No início deste ano, a partir da SE 1 de 2021, houve aumento expressivo dos casos. O pico, até o momento, foi atingido na semana epidemiológica 10 — de 7 a 13 de março.

Média móvel de casos de Covid-19

De acordo com o documento, a média móvel de sete dias de casos confirmados teve aumento a partir da segunda quinzena de fevereiro. Os maiores números de casos foram registrados nos dias 1º de março (5.683), 1º de abril (5.079) e 5 de abril (5.756).

A média móvel teve redução discreta a partir da segunda quinzena de março. Porém, o boletim alerta para a persistência de médias diárias elevadas (média de 3.935,5 casos/dia) durante todo o mês, e novo aumento na primeira quinzena de abril.

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Dos 20.214 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) notificados no Ceará e já investigados, 84,8% (17.145) foram causados por Covid-19. Outros 3.019 tiveram resultado não especificado, o que corresponde a 14,9% das análises.

Apenas 0,2% (50) deles foram causados por outros vírus respiratórios, e não pelo Sars-Cov-2, o coronavírus causador da Covid-19. Ainda há 11.449 casos de SRAG em investigação. O boletim considera os dados disponíveis até o dia 24 de abril.

Além do Sars-Cov-2, outros vírus como o da Influenza podem causar SRAG. Segundo definição do Ministério da Saúde (MS), um paciente com SRAG apresenta algum dos seguintes sintomas: desconforto respiratório, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto.

Em crianças, ainda devem ser observados os batimentos de asa de nariz, cianose (pele azulada), tiragem intercostal (indicativo de esforço respiratório), desidratação e falta de apetite.