Pontos de vacinação em Fortaleza registram filas e falta de informação

Houve mudança de orientação da Prefeitura entre a manhã e noite de ontem sobre quem deveria ser imunizado com a segunda dose da Coronavac

11:10 | Abr. 29, 2021

Por: Júlia Duarte
Forte movimentação nos pontos de vacinação em Fortaleza nesta quinta-feira, 29 (foto: Thais Mesquita/O Povo)

Nesta quinta-feira, 29, quem procurou os pontos de vacinação em Fortaleza encontrou muita fila e falta de informação. O POVO esteve no Castelão e no Centro de Eventos e constatou um aumento na quantidade usual de pessoas, além de um desencontro sobre quem seria vacinado e onde as doses seriam aplicadas. Idosos ressaltam a escassez de doses em algumas unidades e a solicitação para buscarem outros locais.

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A indicação da Prefeitura, divulgada na noite de ontem, era que deveriam comparecer aos centros de vacinação de Fortaleza apenas os idosos que tivessem seus nomes divulgados nas listas da Prefeitura de Fortaleza ou que tenham recebido mensagem confirmando o dia da imunização. A informação assustou algumas pessoas que compareceram aos locais mesmo sem o agendamento, apreensivos de não receberem a dose.

Isso aumentou o volume de pessoas nos oito centros de vacinação da Capital ( Cucas Barra, José Walter, Mondubim e Jangurussu, Centro de Eventos, Arena Castelão, shoppings RioMar Fortaleza e RioMar Kennedy). Nos locais, o público é atendido por meio das modalidades drive-thru e pontos de acolhimento para vacinação.

A aposentada Margarida Alencar conseguiu se vacinar pela segunda vez, mas ressalta a mudança desde a primeira dose. "Desta vez, tem muita gente, muito carro. Eu entrei nessa fila e já tinha um tumulto muito grande na frente", ressaltou. A quantidade de pessoas aumentou também, porque pessoas vinham transferidas de outros pontos de vacinação. "Nós fomos no posto onde estava marcado, quando chegamos lá tinha uma aglomeração e havia a recomendação de ir para os Cucas ou para o Castelão. Fui para o Cuca, estava lotado, uma confusão e brigando, porque lá também não ia dar certo", comenta a autônoma Francisca Marli. Ela procurava a vacina para a mãe Valcélia da Silva, 66 anos, que tinha hoje como data limite de segunda dose, mas não recebeu a mensagem de agendamento.

 

 

Falta de informação 

O conflito de informações também atrapalhou a vacinação e tumultuou alguns locais. Entre as pessoas afetadas está a professora aposentada Regineire Menezes. Ela tomou a primeira dose em um posto e voltou no local, constatando que não estava ocorrendo a vacinação para Covid-19. "As pessoas não souberam me informar onde eu poderia tomar a segunda dose", ressaltou ela, que precisou se deslocar até a Arena Castelão.

A também professora aposentada Lia Lima esteve em outro ponto, no Centro de Eventos, e voltou para casa sem a dose, porque não tinha o agendamento. "Eles indicaram que eu voltasse amanhã, que hoje a prioridade é para quem está com a mensagem confirmada. Vou aguardar", pontuou ela. 

Já a família da professora Maria de Fátima, 66, aponta que a idosa enfrenta outro problema para receber a segunda dose. "Ela já tomou a primeira dose em 1º de abril, mas quando entra no sistema, consta que ela não tomou a primeira dose, que ela ficou ausente", explica a filha, Carolina Melo. A jovem conta que, por isso, a mãe não recebeu o chamamento para segunda dose e sim um novo agendamento para tomar uma primeira dose de um imunizante diferente: primeiro Coronavac, e agora Astrazeneca.

 

A Prefeitura indiciava que, mediante o prazo no cartão de vacinação, os idosos poderiam ir, sem agendamento, garantir a segunda dose. Entretanto, com poucas doses, agora só quem foi agendado por ir e, nos próximos dias, até a regularização do estoque, a vacinação vai seguir apenas com doses da Astrazeneca. A paralisação das aplicação da Coronavac é resultado de um desabastecimento do Ministério da Saúde, que deveria ter entregue cerca de 41 mil doses do imunizante.

Com informações da repórter da Rádio O POVO CBN, Mônica Damasceno