Biólogo cearense que foi destaque na iniciativa de proteção as tartarugas morre de Covid-19

O jovem enfrentava uma leucemia há cerca de um ano e, na última semana, foi diagnosticado pelo vírus pandêmico

"Semeador de solos áridos". Era desse jeito que Gabriel Chagas, 27, se descrevia em seu perfis nas redes sociais. O biólogo, integrante do Instituto VerdeLuz e um dos nomes que se destacavam na iniciativa de proteção as tartarugas marinhas no Ceará, morreu no último domingo, 25, em decorrência da Covid-19, deixando semeada uma história de luta em defesa da preservação ambiental.

De acordo com Liana Queiroz, diretora da entidade, o jovem enfrentava uma leucemia há cerca de um ano e, na última semana, foi diagnosticado pelo vírus pandêmico apresentando sintomas leves. Poucos dias depois, contudo, o biólogo teve complicações em seu quadro de saúde e precisou ser intubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ao ter comprometimento dos pulmões, vindo a óbito.

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"Ele (Gabriel) era uma pessoa sempre muito bem humorada, com um sorriso no rosto, sempre disposto a ensinar. A gente entende que a existência dele nos inspira a continuar pela pauta que ele tanto levantava, pela reconexão do ser humano com a natureza (....) vai inspirar sempre", relembra Liana.

Na página do Instagram mantido pelo projeto, o biólogo ganhou uma homenagem dos amigos e profissionais que atuavam junto a ele. "Que honremos e celebremos a vida de um dos sopros de existência mais poderosos que já passaram por essa terra. E que a cada dia tenhamos a capacidade de sempre renovar o olhar para o que é belo. Assim como Gabriel sempre fez", diz trecho da publicação.

Destaque na iniciativa de proteção as tartarugas

A história de Gabriel com o Instituto Verdeluz começou em 2014, quando ele passou a fazer parte do time de profissionais que atuam no projeto. No mesmo ano, o biólogo foi um dos responsáveis pela criação do Grupo que Estuda as Tartarugas (GTAR) dentro da entidade, cujo objetivo era "provar" a existência desses animais marinhos em Fortaleza e de cobrar ações governamentais para que eles fossem conservados.

Para se aprofundar na causa o profissional chegou a fazer estágios fora do País, buscando cada vez mais se especializar no assunto. Gabriel esteve a frente da coordenação ambiental do projeto e desempenhou ações importantes em defesa das tartarugas, com o nome ganhando destaque no Ceará ao que diz respeito a luta pela conservação desse tipo de animal e pela preservação do meio ambiente.

"Lutou pela natureza, pelas tartarugas, criou teorias e explicou o mundo a partir de um olhar que só quem tem essa conexão mais alta e divina com o meio ambiente compreende. O DNA do Verdeluz está entranhado com o DNA do Gabriel Chagas de maneira inseparável. Somos porque ele foi", homenagearam amigos.

Veja homenagem:

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