Nas redes sociais, perfil da Sputnik V pede à Anvisa autorização para uso emergencial

O prazo para Agência liberar ou não o imunizante, desenvolvido pela estatal Gameleya, encerra nesta semana, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

20:05 | Abr. 26, 2021

Por: Mirla Nobre
Importação e uso emergencial da vacina russa foi objeto de reunião da Anvisa (foto: Vladimir Gerdo/TASS/ Reuters/Direitos reservados)

Na tarde desta segunda-feira, 26, o perfil da vacina Sputnik V nas redes sociais publicou uma série de comentários à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Twitter pedindo autorização para uso emergencial no Brasil. As manifestações ocorreram uma hora antes da 7ª Reunião Extraordinária Pública da Diretoria Colegiada da Agência, em que decide ações de enfrentamento da pandemia da Covid-19.

O prazo da Anvisa liberar ou não o imunizante, desenvolvido pela estatal Gameleya, é até o fim de abril, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nas publicações do perfil da vacina russa no Twitter, foi destacado a autorização dela em 61 países com uma população de mais de 3 bilhões de pessoas. E pontuaram que “salvar vidas é mais importante do que barreiras e política”.

LEIA MAIS | Camilo sobre vacina Sputnik V: "perderemos o primeiro lote"

Testes clínicos em 5 países e vacinação no mundo real em mais de 40 países mostraram que a Sputnik é uma das vacinas mais seguras e eficientes do mundo. México, Argentina, Hungria e outros compartilharam publicamente dados de que a Sputnik V é a escolha mais segura.

— Sputnik V (@sputnikvaccine) April 26, 2021


No Brasil, desde janeiro, foi protocolado um pedido de uso emergencial do imunizante russo. No entanto, a Anvisa afirmou que faltavam documentos básicos para o andamento do processo. Em março, a agência fez um pedido à União Química, laboratório que tem parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto para importar e produzir doses da vacina no país, solicitando os documentos necessários, mas eles ainda não foram entregues.

LEIA MAIS | Entenda por que a demora na aprovação do uso da Sputnik V no Brasil pela Anivsa

Os pedidos de importação foram realizados pelo Ceará e pelos estados do Acre, Bahia, Mato Grosso, Maranhão, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Pernambuco, no início de abril. O governo do Ceará e do Maranhão pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) acelerar a decisão da Anvisa. O STF divulgou um prazo para que a Agência divulgue um parecer sobre a autorização emergencial ou registro da vacina Sputnik V no Brasil, que encerra nesta semana.

A reunião que decidirá sobre autorização do uso do inoculante russo ocorre às 18 horas desta segunda-feira e será transmitida pelo canal de YouTube da agência. Para acompanhar a transmissão, clique aqui.

LEIA MAIS | Lewandowski nega pedido de prorrogação da Anvisa sobre análise da Sputnik


Confira os países que já aprovaram e estão aplicando doses da vacina Sputnik V


A vacina Sputnik V já recebeu o registro ou foi liberada para uso emergencial em pelo menos 60 países, entre eles a Índia, que aprovou o uso do imunizante no início de abril. Um destaque foram as regiões que esses países fazem parte, isto é, África, América Latina, Oriente Médio e Leste Europeu, muitos deles considerados pobres ou emergentes, além de alguns serem aliados políticos da Rússia. Os dados sobre quais lugares já estão aplicando a vacina são imprecisos e, por isso, elencamos abaixo apenas alguns deles:

Argentina

A Argentina foi um dos primeiros países a aprovar o uso da vacina russa e começou a vacinar com ela em dezembro de 2020. O país já aplicou mais de seis milhões de doses e possui quase 15% da sua população imunizada. Contudo, tem enfrentado o pior momento da pandemia desde março do ano passado. Na última quarta-feira, 21,, chegou à triste marca de 60.000 mortes pela doença, 316 em 24 horas.

Bolívia

Ainda na América Latina, a Bolívia recebeu o primeiro lote das vacinas russas em janeiro deste ano e começou a sua imunização pelos profissionais de saúde da linha de frente. Nesta segunda-feira, os presidentes da Bolívia e da Rússia conversaram por telefone sobre o envio ao país andino de mais outro lote com doses do imunizante. O país vacinou quase 5% da população com a primeira dose e possui 12.695 óbitos pela covid-19.

Hungria

A Hungria foi o primeiro país da União Europeia a aprovar a vacina russa e iniciou a aplicação das doses no início do ano. Em fevereiro, o premier húngaro Viktor Orbán, afirmou que o país passava pelo período mais difícil desde o início da pandemia, alertando para a situação dos hospitais e para o alto número de contaminação na população. No dia 25 de fevereiro, foram registradas mais de 4.300 novas infecções. Apesar de mais de 50% da população húngara já ter tomado a primeira dose da vacina, o país registrou 214 mortes nas últimas 24 horas, chegando a 26 mil vítimas da doença.

Sérvia

A Sérvia tem aplicado o imunizante russo juntamente com outros quatro advindos de diferentes países e fabricantes (Pfizer/BioNtech, Moderna, Sinopharm e AstraZeneca), o que fez com que ela tivesse uma grande quantidade e variedade de vacinas para a população. O país assinou um acordo com a Rússia e a China para produzir as vacinas Sputnik V e Sinopharm em seu território. Cerca de 46% dos sérvios já receberam a primeira dose, mas o país tem sofrido um aumento nos números de casos de Covid-19, tendo identificado 2.719 casos nas últimas 24 horas e 35 óbitos. O desrespeito às medidas de precaução foram atribuídos como causa para esses números.