Camilo sobre vacina Sputnik V: "perderemos o primeiro lote"

Declaração do governador foi dada em entrevista ao canal GloboNews; Camilo destacou demora da Anvisa em aprovar a solicitação de uso emergencial do imunizante russo

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), deu entrevista ao canal GloboNews na noite deste domingo, 25. Falando com os jornalistas Otávio Guedes e Cecília Flesch, ele tratou principalmente sobre a mobilização do Consórcio Nordeste para aquisição de vacinas contra a Covid-19.

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Em relação à vacina Sputnik V, de fabricação russa, que aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil, Camilo avisou: "perderemos o primeiro lote". O Ceará negociou cerca de 5,5 milhões de doses com o Fundo Soberano Russo, responsável pela comercialização do imunizante, com entrega prometida a partir de abril.

No entanto, a demora na aprovação pela Anvisa impediu que as vacinas fossem enviadas pela Rússia ao Estado. O Ceará chegou a entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Agência emitisse um parecer sobre o imunizante.

Respondendo a outra pergunta, o governador lembrou que os governadores do Consórcio Nordeste chegaram a tentar negociações para comprar vacinas diretamente com a Pfizer, em janeiro, mas foram informados pela empresa que a venda seria realizada somente para o Ministério da Saúde. Ele pontuou que o Instituto Butantan também disse ter acordo de exclusividade com o Governo Federal no fornecimento dos imunizantes.

Vacina contra a Covid-19: falta planejamento do Ministério da Saúde, diz Camilo


No entanto, Camilo destacou que tem havido falta de coordenação do Governo Federal com estados e municípios para executar o Plano Nacional de Imunização (PNI). Ele chamou a dificuldade de diálogo da esfera federal com as municipais e estaduais, especificamente no caso da negociação com o Fundo Soberano Russo, de "equívoco de planejamento do Ministério", e destacou que o objetivo de negociações tanto do Consórcio Nordeste quanto da articulação independente entre governadores é "fortalecer o PNI".

Segundo ele, uma possibilidade que está sendo debatida é de as doses negociadas sem a mediação do Ministério da Saúde serem abatidas da cota que cada estado deveria receber pelo PNI. Em relação às fabricantes para realizar a negociação, Camilo afirmou que aceita a aquisição de vacinas "seja qual for", desde que aprovada por organismos reguladores internacionais.

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