Fortaleza e mais oito capitais podem ter pausa na queda de casos da Covid, alerta Fiocruz
Expectativa era encerrar a semana epidemiológica 16 seguindo o ritmo de queda observado desde a semana anteriorA queda de casos da Covid-19 em nove capitais brasileiras podem sofrer interrupção, alerta o novo Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele aponta que o avanço dos números pandêmicos atuais nas regiões não refletem com os indicadores divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, onde a expectativa era encerrar a semana epidemiológica 16 seguindo o ritmo de queda observado desde a semana anterior. O boletim analisa que é necessário a continuidade dos cuidados para manter o declínio da curva e evitar a interrupção.
A análise é observada em Fortaleza, Boa Vista, Florianópolis, Porto Alegre, Macapá, Manaus, Natal, Teresina e Curitiba. A interrupção da tendência de diminuição da curva também é vista nos estados da Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima. As novas análises se referem aos dados da semana epidemiológica 15, última encerrada, a partir dos casos positivos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em que cerca de 90% dos casos são associados à Covid-19.
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De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, o levantamento acendeu um alerta. “Causa grande preocupação esses estados e capitais apresentarem uma interrupção na queda estando em valores muito altos. O ritmo é atribuído às flexibilizações que, aos poucos, têm contribuído para aumentar a mobilidade social, principal fator que, na avaliação de especialistas, contribui para a transmissão da Covid-19. “Enquanto não se chegar a um valor baixo não se poderia falar em retomada", avalia Gomes.
Das outras 23 unidades federativas, apenas o Maranhão não está com sinais de queda, mas de platô (estabilização) em altos patamares. No entanto, caso haja uma liberação de atividades descoordenada, sem considerar os indicadores, a tendência é de que os ritmos de declínio se estabilizem nas alturas, com números muito mais dramáticos do que em 2020, o que pode levar a um colapso no sistema de saúde.
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Gomes analisa ainda que é preciso “cautela quanto a eventuais relaxamentos das medidas de distanciamento enquanto a redução não for suficiente para uma retomada segura às atividades”. Ele acrescenta que o tempo mínimo para se verificar uma tendência de queda é de duas semanas observando os números baixarem.