Alunos e amigos lamentam morte do professor Gilmar de Carvalho, vítima de Covid-19

Jornalista havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, em Fortaleza, no último dia 20 de março

Morreu na noite desse sábado, 17, aos 71 anos, o jornalista, professor e pesquisador Gilmar de Carvalho, vítima de Covid-19. O jornalista havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, em Fortaleza, no último dia 20 de março. A sua morte foi confirmada, em nota, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Nas redes sociais, alunos e amigos lamentaram a perda do professor.

“O Curso de Jornalismo e o Programa de Pós-graduação em Comunicação, da Universidade Federal do Ceará, comunicam o falecimento do professor Gilmar de Carvalho. Uma das mentes mais prodigiosas e sagazes da cultura cearense. Gilmar soube, com argúcia, competência e sensibilidade, nos falar sobre aquilo que somos e que compartilhamos como cultura. Em qual dimensão estiver, que tenha armado um tempo “bonito pra chover” para lhe receber com todas as honras que merece! Toda nossa solidariedade a Francisco e família”, disse nota do curso de Jornalismo da UFC.

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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) também lamentaram o falecimento do comunicador. Em uma publicação nas redes sociais, o gestor da Capital  destacou a morte como "imensa perda da referência em comunicação e cultura”. "Recebi, com pesar, a notícia de falecimento do professor Gilmar de Carvalho, uma referência em comunicação e cultura no nosso Estado. Gilmar contribuiu com a formação de inúmeros comunicadores, foi um dos maiores pesquisadores da cultura popular cearense", escreveu o prefeito.

— Sarto (@sartoprefeito12) April 18, 2021

Para o jornalista Magela Lima, Gilmar de Carvalho é uma referência no jornalismo cultural. “O Gilmar para mim é uma referência. Ele criou o primeiro caderno de cultura para um jornal chamado Gazeta de Notícias, o caderno chamava Balaio. O Gilmar é uma referência de que é possível ter no Ceará ter um importante jornalismo cultural. Foram 20 anos de uma intimidade muito grande. Gilmar foi uma pessoa que eu falava cotidianamente, conversava sobre todas as coisas e foi meu suporte profissional e intelectual. É uma referência, e eu vejo essa referência diluída na minha geração de jornalistas”, comenta.

Ainda segundo Magela, Gilmar de Carvalho foi muito generoso a vida toda e deixou um legado. “Ele produziu muito. Tem 50 livros do Gilmar de Carvalho disponíveis, textos publicados na imprensa, colaborações nas mais diversas áreas, entre jornalismo, publicidade, poesia e cultura. Ele deixou um legado muito grande de pensamentos. Um pensamento que muda o Ceará. Ele apostou numa intelectualidade. Ele achava bonito as pessoas estudarem, ele era entusiasmado pelo conhecimento em uma época que as coisas ficaram muito superficial. Ele estimulou muita gente a seguir carreira na pesquisa e na vida intelectual. Eu acho que essas gerações que estão começando, principalmente jornalismo cultural, vão ter que passar pela obra de Gilmar em algum momento”, pontua.

Nas redes sociais, amigos e alunos prestaram homenagem ao comunicador cearense. Entre as publicações, o último contato com o professor e a importância dele foram destacados por admiradores.


— Dadylla Rabelo (@dadyllarabelo) April 18, 2021



Gilmar de Carvalho também era escritor e doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Em 2019, chegou a recusar receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Ceará (UFC) devido à nomeação de Cândido Albuquerque como reitor da instituição. Para Carvalho, Cândido seria um “interventor” e sua nomeação teria ignorado a consulta à comunidade acadêmica.

No mesmo ano, doou arquivos de sua biblioteca pessoal para o Acervo do Escritor Cearense (AEC), onde são guardadas memórias de figuras importantes do Estado, como Antônio Girão Barroso e Natércia Campos. Correspondências trocadas com amigos, documentos históricos, livros, fotografias antigas e jornais estiveram entre os itens doados.

Colaborou: Eliomar de Lima

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