"Se sobrar vacina, vou decidir se vacino ou não", diz Bolsonaro

Com a declaração, Bolsonaro vai ao encontro do posicionamento de outros mandatários, que têm se vacinado de acordo com a ordem de prioridade

21:43 | Abr. 01, 2021

Por: Mateus Brisa
"Depois que o último brasileiro for vacinado, se tiver sobrando vacina, aí vou decidir se vacino ou não", disse o presidente (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a população deve ser priorizada na vacinação contra a Covid-19, enquanto os líderes políticos devem ficar por último. Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 1º, o chefe do Executivo afirmou que ainda vai decidir se receberá o imunizante.

“Está uma discussão se vou vacinar ou não vou me vacinar. Eu vou decidir. Depois que o último brasileiro for vacinado, se tiver sobrando vacina, aí vou decidir se vacino ou não, esse é o exemplo que um chefe deve dar”, afirmou. Bolsonaro já se posicionou contra as vacinas em situações anteriores.

Guilherme Amado, jornalista do portal Época, reportou em 16 de março último que o presidente, de 66 anos, entraria na fila de vacinação. Ele teria sido pressionado por auxiliares mais próximos a entrar na fila da vacinação em Brasília para tomar a primeira dose no momento certo.

Com a declaração, Bolsonaro vai ao encontro do posicionamento de outros mandatários, que têm se vacinado de acordo com a ordem de prioridade. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, foi vacinado ainda em 2020, quando o país estava sob o comando de Donald Trump.

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Os atuais líderes da Casa Branca, Joe Biden e Kamala Harris, chegaram a televisionar o momento em que receberam o imunizante. Um incentivo parecido foi encabeçado por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, que gravou um vídeo bem-humorado em apoio à imunização.

Outros líderes vacinados incluem os presidentes da Argentina, Alberto Fernández; do Chile, Sebastián Piñera; de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza; da Venezuela, Nicolás Maduro; da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; os reis da Arábia Saudita, Salman; do Marrocos, Maomé VI; e os primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi; e da Austrália, Scott Morrison, entre outros.