Camilo prorroga lockdown no Ceará por mais uma semana e sinaliza para reabertura em 5 de abril

O chamado isolamento social rígido no Ceará irá durar mais uma semana, até 4 de abril. O lockdown em Fortaleza completará quase um mês desde que começou, em 5 de março

19:14 | Mar. 26, 2021

Por: Redação O POVO
Em anúncio de prorrogação do lockdown, governador Camilo Santana e secretário dr. Cabeto apresentam indicadores da Covid-19 do Estado (foto: (Foto: Facebook/reprodução))

O governador Camilo Santana (PT) anunciou, na noite desta sexta-feira, 26 de março (26/03), a prorrogação do lockdown por mais uma semana. O chamado isolamento social rígido irá até 4 de abril, domingo da semana que vem. Com isso, Fortaleza completará quase um mês em lockdown. Governador disse que, se tendência favorável for mantida, reabertura gradual poderá ocorrer em 5 de abril. Mas isso dependerá de o comportamento dos indicadores seguir favorável.

O secretário da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Cabeto, disse que os números começam a apresentar "tendência de platô", ou seja, possibilidade de os dados estarem se estabilizando. Mas, essa tendência precisa ainda ser confirmada e intensificada.

A decisão de prorrogar o lockdown no Ceará foi tomada nesta sexta, após reunião do comitê científico. A live do governador chegou a sair do ar duas vezes antes do anúncio das medidas.

A decisão de prorrogar o lockdown no Ceará foi tomada nesta sexta, após reunião do comitê científico.

O lockdown foi decretado em Fortaleza em 3 de março e entrou em vigor em 5 de março. Seria pelo período de 14 dias, incialmente até 18 de março.

Em 11 de março, o lockdown foi estendido para todos os municípios do Ceará, a partir de 13 de março, indo até o dia 21 em todo o Ceará, inclusive em Fortaleza. Foi a primeira vez que todo o Ceará ficou simultaneamente no chamado isolamento social rígido.

Em 19 de março, o lockdown foi prorrogado até 28 de março, próximo domingo.

Em Fortaleza, os 24 dias de lockdown até este domingo já igualou o período de isolamento mais estrito de 2020, ocorrido em maio do ano passado: 24 dias.

Antes do anúncio Camilo se reuniu com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e afirmou torcer para que o novo ministro represente mudança na condução do combate à pandemia pelo Governo Federal. Camilo disse ter tido boa impressão do novo ministro e das intenções dele.

Resultados iniciais do lockdown

Dr. Cabeto destacou que os resultados do lockdown já podem ser vistos nos indicadores de forma inicial. "A partir de quando começamos o isolamento, começamos a ter uma certa estabilidade nas emergências e UPAs. São poucos dias ainda mas já mostra uma tendência de estabilização no número do pacientes atendidos. Ainda não é uma notícia definitiva. Tendência de platô mas não vimos decréscimo ainda", explica. O secretária frisa que o número de pessoas internadas se mantém em patamar elevado.

"Completamos três semanas de isolamento social rígido em Fortaleza e duas semanas em todo o Estado. Está trazendo o efeito que se buscava, que é reduzir a transmissão e o número de casos", avalia Camilo. Apesar da perspectiva considerada positiva pelo governador, ele destaca que ainda há muitas incertezas. Por isso, o lockdown se mantém. Se a tendência continuar, comitê vai discutir ao longo da semana "uma previsão de retomada gradual das atividades não essenciais a partir do dia 5", disse o chefe do executivo estadual. 

A 2ª onda da Covid-19 em curso no Estado apresenta maior número de novos casos e menor número de novos óbitos com relação à primeira. "Principalmente de janeiro para fevereiro, tivemos um grande acréscimo do número de casos. Temos cerca de 60% a mais de casos do que no evento anterior, em abril e maio do ano passado", detalhou o secretário da Saúde.

"Chegamos a subir lentamente e tivemos ascensão exponencial (de óbitos) em janeiro e fevereiro. Felizmente, bem menor do que o limiar anterior. Isso mostra que melhoramos a atenção e que a letalidade caiu", comparou Dr. Cabeto.

Camilo finalizou a transmissão reiterando o apelo para o cumprimento do isolamento social rígido e lamentou as mortes pela Covid-19 . "Estamos falando não é de números. São 300 mil mortes no Brasil. São 13.313 que perderam a vida no Ceará. São pessoas, vidas perdidas", acrescentou.