White Martins garante atender oxigênio prometido ao governo do Ceará por 15 dias

A empresa se comprometeu a ofertar 200 mil metros cúbicos de oxigênio líquido nessa terça-feira, 23. Nas últimas semanas, municípios cearenses tem enfrentado risco de desabastecimento de oxigênio hospitalar

18:20 | Mar. 25, 2021

Por: Ana Rute Ramires
Há problemas logísticos na entrega dos cilindros (foto: Ministério da Saúde)

Com o aumento da demanda por oxigênio hospitalar e risco de crise no abastecimento do insumo, a White Martins, uma das maiores fornecedores do produto no Brasil, garante disponibilizar o oxigênio prometido ao governo do Ceará por duas semanas. Nessa terça-feira, 23, em reunião com o Ministério Público e outras autoridades, a empresa se comprometeu a ofertar "pelos próximos 15 dias, 200 mil metros cúbicos de oxigênio líquido, incluindo 84 mil metros cúbicos que já foram retirados até 22/03".

Diante do risco de desabastecimento, o Governo do Estado deve adquirir e distribuir oxigênio para unidades de saúde em municípios do Ceará. Conforme o governador Camilo Santana, em publicação na semana passada, o Ceará não apresenta falta de oxigênio, mas problema logístico na entrega dos cilindros.

Há algumas semanas, a Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) tem alertado sobre a situação de municípios sob risco de desabastecimento do insumo, essencial para atendimento de pacientes com casos graves de Covid-19. Distribuidoras do oxigênio hospitalar chegaram a suspender o fornecimento a alguns municípios. 

Em nota, a empresa destacou que "mesmo não sendo a empresa responsável pelo fornecimento e distribuição do produto a esses municípios" tem participado de reuniões junto ao Governo do Estado, Ministério Público e Aprece para "atender às solicitações das autoridades e ao mesmo tempo cumprir integralmente os contratos vigentes com os seus clientes medicinais públicos e privados na região, incluindo todas as unidades da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará."

A White Martins destacou que muitas unidades de saúde têm apresentado aumento do consumo de oxigênio, além da capacidade de estoque instalada e da própria infraestrutura hospitalar e reserva de cilindros. As unidades da empresa no Brasil estão "trabalhando 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana, para disponibilizar a maior quantidade possível de oxigênio". 

Uma das maiores plantas da White Martins na América Latina está instalada na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará), empresa subsidiária do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP),  com capacidade nominal de produção de 150 mil metros cúbicos por dia.

A fornecedora frisa ainda que o abastecimento de oxigênio não depende apenas da produção e  disponibilidade do produto, mas também de "condições de transporte entre as plantas produtoras e os locais de entrega, que muitas vezes não permitem o acesso de equipamentos de maior porte como carretas, agravam demasiadamente o atual estresse logístico dos recursos de distribuição disponíveis no país", disse.

Veja nota na íntegra: 

A White Martins esclarece que, desde que foi informada sobre a situação crítica de abastecimento de oxigênio nos estabelecimentos assistenciais das redes municipais de saúde não atendidos pela empresa, a companhia se colocou à disposição para colaborar em caráter emergencial e excepcional com as autoridades locais do Ceará. Observando a urgência desta crise sanitária, mesmo não sendo a empresa responsável pelo fornecimento e distribuição do produto a esses municípios, a White Martins tem participado de todas as reuniões capitaneadas pelo governo do estado, pelo Ministério Público e pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) de forma transparente com o objetivo de atender às solicitações das autoridades e ao mesmo tempo cumprir integralmente os contratos vigentes com os seus clientes medicinais públicos e privados na região, incluindo todas as unidades da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.

Em reunião realizada com o Ministério Público e outras autoridades governamentais, no dia 23/03, a White Martins se comprometeu a disponibilizar ao governo estadual, pelos próximos 15 dias, 200 mil metros cúbicos de oxigênio líquido, incluindo 84 mil metros cúbicos que já foram retirados até 22/03. O governo estadual assumiu a responsabilidade de prover oxigênio medicinal para estes municípios e indicou a empresa Silton que fará a retirada do produto na planta da White Martins com um limite diário de 10 mil metros cúbicos de oxigênio líquido. Este procedimento será realizado obedecendo às normas de segurança de abastecimento de veículos criogênicos com o objetivo de garantir a continuidade das operações da White Martins.

Em reunião anterior com Ministério Público e Aprece, realizada no dia 12 deste mês, a White Martins já havia firmado a disponibilização em caráter excepcional de um volume de 80 mil metros cúbicos de oxigênio líquido por mês para Messer, que é a fornecedora que atende os distribuidores e revendedores dos municípios em questão. Na ocasião, a Messer informou que este seria o volume suficiente para atender seu mercado medicinal na região.

Os clientes medicinais atendidos pela White Martins também têm apresentado um crescimento exponencial no consumo de oxigênio, que registrou um aumento de 300% entre os meses de janeiro e março de 2021. Mesmo com este consumo abrupto, a empresa segue fornecendo oxigênio a todos seus clientes. A capacidade nominal de produção da planta da White Martins em Pecém (CE) é de 150 mil metros cúbicos por dia. Além da demanda local, a unidade de Pecém fornece gases medicinais e industriais para outros estados das regiões Norte e Nordeste. Diante do cenário atual, esta unidade, assim como todas as demais plantas da White Martins no Brasil, está trabalhando 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana, para disponibilizar a maior quantidade possível de oxigênio.

O abastecimento de oxigênio não depende apenas da sua produção e da disponibilidade do produto. As condições de transporte entre as plantas produtoras e os locais de entrega, que muitas vezes não permitem o acesso de equipamentos de maior porte como carretas, agravam demasiadamente o atual estresse logístico dos recursos de distribuição disponíveis no país. Muitas unidades de saúde têm apresentado um aumento de consumo de oxigênio que vai além da sua capacidade de estoque instalada e da sua própria infraestrutura hospitalar de redes e central reserva de cilindros.

Na comparação entre dezembro de 2020 e março de 2021, a White Martins acrescentou à sua frota de distribuição de oxigênio líquido em todo o país um total de 87 equipamentos, entre isotanques, carretas criogênicas, caminhões e tanques criogênicos móveis. Além disso, a empresa reforçou suas operações com mais 45 motoristas que antes de assumirem suas funções precisam passar por capacitações específicas que podem levar até quatro meses. A empresa está importando neste momento em caráter emergencial 13 carretas do Canadá com previsão de chegada até abril deste ano.

Entre janeiro e 23 de março de 2021, a White Martins já realizou 197 adequações de estocagem de oxigênio em seus clientes ao redor do país. Em todo o ano de 2020, a companhia realizou 236 operações deste tipo. Para a viabilidade destas operações são necessários investimentos expressivos em tanques criogênicos, cujos prazos de fabricação variam, atualmente, de 90 a 120 dias. A execução destas adequações demanda profissionais especializados, a movimentação de equipamentos que pesam toneladas e uma coordenação junto às concessionárias de energia e à Companhia de Engenharia e Tráfego. O planejamento de cada atividade leva em média cerca de uma semana e sua execução dura em torno de um dia.

A empresa seguirá cumprindo seu papel social, colaborando com as autoridades públicas no sentido de facilitar o fornecimento e a distribuição de oxigênio no Ceará e em todo o Brasil.