Em um ano, mortes por Covid-19 superam total de óbitos por Aids desde 1996

De 1996 a 2019, o vírus causador da Aids vitimou 281.278 brasileiros. Em 12 meses, o novo coronavírus matou 3.497 pessoas a mais

08:15 | Mar. 18, 2021

Por: Marcela Tosi
Em 12 meses, o novo coronavírus se tornou o agente infeccioso que mais vitimou brasileiros. (foto: FABIO LIMA)

O Brasil chegou nessa quarta-feira, 17, a 284.775 mortes em decorrência da Covid-19. O primeiro óbito causado pela doença no País foi divulgado em 17 de março do ano passado. Um ano depois, o novo coronavírus superou marcas históricas de doenças causadas por agentes infecciosos, entre eles o HIV.

De 1996 a 2019, o vírus causador da Aids vitimou 281.278 brasileiros. Em 12 meses, o novo coronavírus matou 3.497 pessoas a mais.

O levantamento é do UOL, que comparou os dados da Covid-19 e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. O sistema traz números detalhados de mortes no Brasil classificadas em dois períodos: 1980 a 1995 (com menos especificações) e 1996 a 2019 (com mais especificações). Os dados de 2020 ainda não estão disponíveis. 

O principal agente externo — como o sistema identifica vírus, bactérias e outros microoganismos que causam doenças fatais — que vitimou brasileiros nesse período foi o HIV, que causa a Aids. Segundo dados do SIM, entre 1996 (primeiro ano que aparece na contabilidade) e 2019 foram 281.278 óbitos no País.

Outras doenças

 

As doenças por agentes externos que mais mataram, desde 1980, segundo o SIM, são:

  • HIV/Aids (*desde 1996): 281.278 óbitos
  • Tuberculose: 208.975
  • Doença de Chagas (*desde 1996): 115.931
  • Meningite: 79.648
  • Hepatite viral: 66.683

Cenários distintos

 

A Aids é uma doença crônica, com a qual o paciente convive por um período prolongado. Já a Covid-19 é uma doença aguda, que provoca os primeiros sintomas pouco depois da exposição ao vírus e sobrecarrega rapidamente o sistema de saúde.

Devido a essa pressão, o Brasil passa atualmente pelo maior colapso sanitário e hospitalar da sua história, segundo a Fiocruz.

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