Prefeitura não tem previsão de reativar hospital no PV; volta de jogos depende de obra não iniciada
O equipamento começou a ser desmontado em setembro passado. Construído em menos de um mês, o hospital começou a funcionar em 18 de abril e atendeu 1.239 pacientes, sendo que 1.025 saíram recuperados da doençaO Hospital de Campanha do estádio Presidente Vargas, no bairro Benfica, não deve ser reativado nessa segunda onda de Covid-19 na Capital. Conforme a Prefeitura Municipal de Fortaleza, não há qualquer previsão de voltar a utilizar o local. A informação foi confirmada ao O POVO pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na manhã desta quinta-feira, 4.
Em nota, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) informou que "o processo de licitação para o projeto de reforma e recuperação do gramado do Estádio Presidente Vargas (PV) foi concluído, mas não houve ainda a assinatura da Ordem de Serviço junto à empresa, devido o atual cenário de avanço da Covid-19 em todo o Estado".
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O projeto prevê a instalação de 8.250 m² de grama bermuda celebration, a mesma usada na Arena Castelão. O material tem qualidade superior à do antigo gramado do PV, que utilizava um mix de gramas, gerando desnível no campo. "Além da revitalização de todo o campo, a obra prevê os serviços de drenagem e a instalação de sistema de irrigação automatizado. A obra terá duração de seis meses e investimento de R$ 1.946.899,79", informou ainda a Seinf.
O Hospital de Campanha instalado no PV começou a ser desmontado em 21 de setembro do ano passado. Construído em menos de um mês, o hospital começou a funcionar em 18 de abril e atendeu 1.239 pacientes, sendo que 1.025 saíram recuperados da doença. O local chegou a ser cogitado como ponto de vacinação contra a Covid-19 em Fortaleza, mas a ideia não foi adiante.
Já em agosto, no dia 14, não havia mais nenhum paciente internado por Covid-19, segundo a SMS. Ainda assim, a estrutura permaneceu montada para atender casos da doença de acordo com a demanda da população.
Na desmontagem, os equipamentos hospitalares até então usados no hospital de campanha do PV foram transferidos para unidades de saúde da Capital, conforme informação repassada pela SMS.
Investigação
Em novembro, a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou operação para investigar supostas irregularidades na contratação de organização social (OS) para gestão do Hospital. De acordo com a CGU, foi analisado um contrato de gestão assinado pela Secretaria Municipal da Saúde com uma organização social no valor de R$ 95 milhões, dos quais R$ 50 milhões foram gastos. Desse montante, a CGU apontou um prejuízo de R$ 7 milhões.
Na ocasião, o então prefeito Roberto Cláudio afirmou que a operação contra o Hospital de Campanha do PV se tratava de "clara interferência política do governo Bolsonaro" para desestabilizar as eleições na Capital. Após o início da operação, a Prefeitura lançou nota oficial em que afirmou que os valores foram usados corretamente.