Lockdown em Fortaleza: oposição se divide; base apoia Camilo

Alguns setores inclusive da oposição defenderam a medida, com grupos mais próximos de Capitão Wagner e do presidente Jair Bolsonaro criticando a decisão

Decisão do governador Camilo Santana (PT) e do prefeito José Sarto (PDT) de decretar isolamento social rígido em Fortaleza dividiu opiniões entre o Legislativo do Estado. Nas últimas horas, diversos deputados e vereadores já saíram em defesa ou crítica da medida, com alguns apoios partindo inclusive de nomes da oposição.

“É uma decisão difícil e dura. O próprio governador, internamente, deve resistir. Só que ele não pode não ceder ao que as autoridades de saúde determinam. Estamos diante de uma exaustão do sistema de saúde, essa medida já vem é atrasada”, diz o opositor Heitor Férrer (Solidariedade), que é médico. Outro membro da oposição, Renato Roseno (Psol) também defendeu a medida: “O momento é decisivo”.

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Apesar disso, ala mais próxima do presidente Jair Bolsonaro no Estado foi mais firme nas críticas contra o lockdown: "Camilo quer o povo na miséria”, publicou nas redes sociais o deputado bolsonarista André Fernandes (Republicanos).

“O cumprimento do isolamento social rígido é, neste momento, necessário para salvar vidas”, diz o presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT). Já o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique (PDT), destacou sobrecarga no sistema de saúde da Capital. “A prioridade agora é preservar vidas”.

Confira alguns dos políticos que já se manifestaram sobre o lockdown em Fortaleza:

Evandro Leitão (PDT), presidente da Assembleia Legislativa: “O momento é difícil. O Brasil atinge recordes de famílias enlutadas. No Ceará, todos os esforços estão sendo feitos para acolher quem precisa de cuidados médicos. O cumprimento do isolamento social rígido é, neste momento, necessário para salvar vidas. Na AL, vamos continuar trabalhando para que possamos atravessar este momento até que as vacinas cheguem em quantidade suficiente para imunizar os cearenses. Enquanto isso, vamos usar máscara, lavar sempre as mãos e cumprir o isolamento social.”

Antônio Henrique (PDT), presidente da Câmara Municipal de Fortaleza: “Nosso sistema de saúde já está no limite e a prioridade agora é preservar vidas. Confiamos nas autoridades em saúde e, diante de uma pandemia que persiste devastando famílias, todos os esforços devem ser feitos para proteger as pessoas.”

André Fernandes (Republicanos), deputado estadual próximo de Jair Bolsonaro: “"Um verdadeiro absurdo! Se o primeiro lockdown funcionou, por que fazer outro? Se o primeiro lockdown não funcionou, por que fazer outro? A conta é simples: Camilo quer o povo na miséria!”

Heitor Férrer (Solidariedade), médico do IJF e deputado da oposição a Camilo: “É uma decisão difícil e dura. O próprio governador, internamente, deve resistir. Só que ele não pode não ceder ao que as autoridades de saúde determinam. Estamos diante de uma exaustão do sistema de saúde, essa medida já vem é atrasada. É algo já estava anunciado desde a época da eleição, do Natal, do ano novo e do Carnaval, e que só vem se acumulando. Alguns podem achar essas decisões antipáticas, mas é um protocolo de saúde que o governador não pode fugir. Não temos mais vagas nos hospitais, hoje mesmo um amigo meu, médico, não conseguiu atendimento com Covid”

Márcio Martins (Pros), líder da oposição na Câmara Municipal de Fortaleza: “A equipe do governo está perdida. No primeiro surto da doença eles tiveram a oportunidade de se precaver. A segunda onda nunca ficou descartada, a própria OMS alertou. Eles tiveram oportunidade de fazer isso. Essa situação agora mostra que a equipe do governo não aprendeu, poderia ter tirado inúmeras experiências e não o fez. Lockdown não é solução para a curva, não foi da outra vez, e a própria OMS hoje descarta os lockdowns. Com isso, o governador acha que resolve um problema e nos traz outros, sobretudo na geração de desemprego e da fome”

Renato Roseno (Psol), deputado da oposição a Camilo Santana: “Fortaleza em lockdown por 2 semanas. Decisão correta. Momento decisivo. Estamos atentos também aos demais municípios com níveis altos de transmissão e ocupação de leitos de UTI. Todos devem colaborar com as regras do isolamento e ajudar a salvar vidas. Renda básica e Vacina já! Na ausência de vacinação em massa, a única possibilidade de diminuir a contaminação é com o distanciamento social. O momento é trágico e precisa de medidas drásticas. Agora, precisamos adotar iniciativas de apoio à população mais impactada pela restrição das atividades econômicas”

André Figueiredo (PDT), deputado federal: "Parabéns, governador. Decisão difícil, mas necessária para evitar colapso da saúde. E pensar que o presidente esteve aqui no estado, semana passada, aglomerando e dando mau exemplo!"

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