Casos de Covid-19 no Ceará vão aumentar ainda mais nos próximos 15 dias
O secretário da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Dr. Cabeto, deu entrevista à Rádio O POVO CBN na manhã de hoje, 1º de março.
09:54 | Mar. 01, 2021
O titular da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Dr. Cabeto, informou hoje, 1º, em entrevista à Rádio O POVO CBN, que o Ceará está comprovadamente na segunda onda da pandemia. Conforme ele, os casos devem aumentar ainda mais e as medidas de restrições tomadas com o novo decreto só terão efeitos daqui a 15 dias.
"A gente espera que ainda cresça", citou o secretário referindo-se aos casos da doença antecedentes a as medidas de isolamento social. Segundo o médico, o número de pessoas que adoecem com Covid-19 está similar ao que aconteceu em abril e maio de 2020, o pico da pandemia. "Nós estamos evidentemente agora comprovado na segunda onda. Isso fez com que nos dispuséssemos de mais leitos. Estamos com 820 pacientes em terapia intensiva e devemos chegar a 1.074 leitos em março, o que evidencia uma situação muito grave", comentou.
Cabeto explicou que o limite de leitos ocupados pela doença não pode ultrapassar os índices do ano passado. "É preciso lembrar do adoecimento dos profissionais. Um acréscimo de 20% seria muito danoso e esse crescimento. Pode nos induzir a um grande sofrimento", citou. Hoje, a taxa de ocupação dos leitos para tratamento da doença é de 91,94%, de acordo com última atualização, às 10h05min desta segunda-feira.
Interior do Estado
O titular da Sesa reforçou, ainda, que há um surto de casos muito grande no Interior do Estado e que haverá, nos próximos dias, ampliação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Interior. Serão cerca de 40 novos leitos de UTI para tratamento da doença instalados no Cariri, citou o secretário. Junto do governador Camilo Santana (PT), Cabeto seguirá em reuniões com prefeitos dos municípios para discutir a expansão dos leitos.
Isolamento social
O secretário reforçou a necessidade do autoisolamento, citando o índice de 40% de pacientes com outras patologias, como o câncer, em atendimento em emergências e hospitais. "Se temos pacientes com Covid-19 igual ao ano passado, em um mesmo espaço e com doenças crônicas, nenhum sistema de saúde tem preparo para ser dois sistemas de saúde", lamentou, citando as necessidades especiais de atendimento para a Covid-19, como o distanciamento social de pacientes com outras doenças.
Sob comentários do novo decreto de isolamento social no Ceará, em vigor até o próximo sábado, 7, o titular citou as reuniões do Comitê de Enfrentamento a Pandemia no Estado. Questionado sobre novas medidas mais rígidas ou mais brandas no Ceará, Cabeto contornou o assunto. "Ao meu ver, há gente cada vez mais aderindo [as medidas de isolamento]. Acho que a maioria da população vem se mantendo a favor. Mas se os números piorarem, isso terá que ser revisto", comentou.