Covid-19: mais de 80% da população indígena foi vacinada com a primeira dose no Ceará
Nesta primeira fase, estão sendo vacinados os povos residentes nos territórios. Em seguida, de acordo com as fases dos grupos em que cada um estiver inserido, serão imunizados os que moram em áreas urbanas
15:18 | Fev. 23, 2021
No Ceará, 80,43% da população indígena já foi vacinada com a primeira dose (D1) da vacina contra a Covid-19, nesta primeira fase da campanha. A porcentagem equivale a 16,4 mil indígenas vacinados no Estado. Na segunda dose (D2), 14,53% do grupo já recebeu o imunizante, correspondendo a 2.968 indígenas. A meta é atender, inicialmente, 20.028 aldeados, que fazem parte do primeiro grupo a receber o imunizante, juntamente com profissionais da saúde e idosos de 75 anos ou mais.
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Os dados foram consolidados na última sexta-feira, 19, por meio do Vacinômetro do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (Dsei), que atualiza, diariamente, o total de indígenas vacinados. Conforme a titular da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Socorro França, a Covid-19 vem afetando fortemente as comunidades indígenas no Ceará e neste momento é importante priorizá-las.
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Segundo a coordenadora Especial de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (Ceppir), da SPS, Martir Silva, todas as 22 áreas indígenas no Estado estão sendo visitadas regularmente pelas equipes municipais e estaduais de saúde. “A vacinação acontece, paralelamente, em todos os 22 territórios indígenas, onde estão distribuídas 15 etnias”, informa.
Ainda segundo a coordenadora, nesta primeira fase, estão sendo vacinados os povos residentes nos territórios. Em seguida, de acordo com as fases dos grupos em que cada um estiver inserido, serão imunizados os que moram em áreas urbanas. Ela ainda explica que a prioridade de vacinação dos indígenas está fundamentada em critérios históricos e culturais, epidemiológicos e políticos.
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“Os indígenas, em sua maioria, vivem em comunidades isoladas, distantes de áreas urbanas, o que os torna mais suscetíveis às doenças que vêm de fora. Como convivem aldeados, muito próximos no trabalho na terra, no preparo de alimentos e no uso comum de utensílios e adereços, potencializam os riscos de contágios entre si, ainda mais em uma pandemia”, explica Martir Silva.
A técnica da Ceppir e coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Ceará (Fepoince), Ceiça Pitaguary, também destaca a importância da determinação política do Estado em priorizar a vacinação dos povos indígenas, como forma de lhes garantir a sobrevivência e preservar a história das diversas etnias. Ceiça destaca que, com a chegada das vacinas, uma mobilização vem ocorrendo em todas as comunidades com intuito de imunizar todos.
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O Ceará recebeu 449.900 doses de vacinas contra o novo coronavírus. Destas, 430.506 foram distribuídas e 19.394 doses foram para reserva estratégica. Ao todo são 377.400 doses da CoronaVac, do laboratório Sinovac em parceria com o Butantan, que chegaram ao Estado por meio de quatro remessas. Outras 72.500 doses são da vacina da Astrazeneca/Fiocruz. Nesta terça-feira, 23, o governador Camilo Santana (PT), anunciou, por meio das redes sociais, que mais um lote de vacinas chegará ao Estado ainda hoje. A previsão é que sejam, aproximadamente, 70 mil doses de vacinas da AstraZeneca.