Cepa amazonense pode gerar uma megaepidemia no Brasil, diz Mandetta

Em entrevista ao Manhattan Connection, programa da TV Cultura, o político também fez um alerta quanto à falta de cuidados na transferência de pacientes com Covid-19 para outros Estados

19:22 | Jan. 28, 2021

Por: Mateus Brisa
"Eu vou tomar aquela que estiver disponível para mim", afirma o ex-ministro (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, acredita que o Brasil enfrentará uma megaepidemia causada pela nova variante do coronavírus, encontrada em Manaus, em aproximadamente 60 dias. Em entrevista ao Manhattan Connection, programa da TV Cultura, o político também fez um alerta quanto à falta de cuidados na transferência de pacientes com Covid-19 para outros Estados.

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Mandetta pontuou que “o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança”.

Como aponta o infectologista Roberto Dias Leite, a ressurgência de casos no Amazonas pode estar associada ao potencial aumento na transmissibilidade ou propensão para reinfecção da nova cepa de coronavírus. Segundo estudos feitos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fiocruz Amazonas, a variante teria surgido em Manaus em dezembro e vem se disseminando com rapidez. A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que ela já é vista em outros oito países.

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Em relação às vacinas contra o coronavírus, o ex-ministro, que deixou o governo em abril do ano passado, afirmou que o imunizante desenvolvido pelos laboratórios Pfizer e BioNTech é o mais chamativo, apesar das condições do Brasil. "Para um País que não tem como chegar uma vacina a -70 graus em todos os rincões, a vacina tanto da Coronavac, quando da AstraZeneca, são aquelas que melhor se aplicam aqui", disse. "E eu vou tomar aquela que estiver disponível para mim", conclui.