Governo e setor de transporte irão discutir aglomerações nos ônibus

Diante da recorrência de aglomerações no transporte público, gerado pela superlotação dos ônibus, representantes do setor e gestores do Estado e da Capital, irão se reunir na próxima terça-feira, 26, para debater sobre a questão, em busca de soluções para o problema. O foco principal será a ocorrência em Fortaleza, mas a situação de outros municípios também deverá ser abordada.

Inicialmente a reunião iria ocorrer na tarde desta quinta-feira, 21, conforme havia sido anunciado pelo governador do Estado, Camilo Santana (PT), durante coletiva nesta manhã. A fala do líder do Executivo cearense ocorreu em meio ao anúncio de medidas mais restritivas no Ceará, diante do aumento da transmissão da Covid-19.

Apesar da fala de Camilo, a reunião foi remarcada para a semana que vem, e ainda não possui um horário definido. Questionado pelo O POVO sobre mais detalhes do encontro, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) afirmou não ter “informações sobre a reunião”, além da nova data.

Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) também deverá participar da reunião. A entidade, assim como a assessoria do governador, foi procurada pelo O POVO, que solicitou mais detalhes sobre as medidas que serão tratadas no encontro, mas não obteve retorno.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), também estará presente no encontro da próxima semana. Na manhã desta quinta, 21, ele garantiu que locais que registram aglomeração de forma recorrente terão mais fiscalizações. "Nossos agentes de fiscalização e policiamento irão nos locais onde reiteradamente as pessoas têm quebrado o protocolo e ameaçado a saúde da população", assinalou.

Preocupação com o cenário

A reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19, que delibera sobre os decretos sanitários e é realizada às sextas-feiras, foi antecipada para esta quinta-feira, 21, diante da situação de agravamento da pandemia. Ainda na quarta-feira, 20, Camilo expressou preocupação com a situação.

Conforme O POVO mostrou nesta quinta, o número de atendimentos por Síndrome Gripal em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) mais do que dobrou comparando os meses de outubro, mês de início da segunda onda, e os 19 dias de janeiro.

A Capital cearense é classificada em nível altíssimo de incidência de casos (o mais extremo), com 209,7 registros por 100 mil habitantes a cada dia. Contudo, a segunda onda já é registrada em todas as regiões do Estado, em níveis diferenciados. Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Considerando o aumento de casos, ontem, 20, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) suspendeu os estágios acadêmicos da unidade (com exceção das residências médica e multiprofissional) por período indeterminado. A medida busca restringir a circulação interna de pessoas na unidade.