Covid-19: média móvel de casos em Fortaleza reduz, mas secretaria diz que há atraso nos resultados

A proporção de amostras que deram positivo para o coronavírus foi de 22,4% entre o último dia 28 de dezembro e 7 de janeiro. De acordo com Secretaria Municipal de Saúde, indicadores refletem atraso na liberação de resultados

A média móvel de casos de Covid-19 em Fortaleza nesta sexta-feira, 8, (80,3 casos) é 76% menor do que a registrada há duas semanas. A média móvel de óbitos dos últimos sete dias (3,9) também apresenta decréscimo. A taxa é 5% menor em comparação à mensurada quatorze dias atrás (4,1). A Secretaria Municipal da Saúda (SMS) explica, contudo, que a redução dos indicadores reflete "retardo na liberação de resultados e, principalmente, o menor número de coletas devido aos feriados natalino e de passagem do ano".

Por isso, na análise da pasta, a desaceleração dos números identificada a partir de meados de dezembro não reflete a real tendência epidemiológica da Covid-19 em Fortaleza. A proporção de amostras (RT-PCR) que deram positivo para o coronavírus foi de 22,4% entre os dias 28 de dezembro e 7 de janeiro de 2021. Os dados são de exames analisadas pelos laboratórios que apoiam a rede pública, Lacen-CE e Fiocruz. Segundo boletim da SMS publicado nesta sexta-feira, 8, o patamar de positividade indica importante circulação viral na Capital.

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O documento destaca a faixa etária da maioria dos indivíduos acometidos em recrudescimento de casos iniciado no início do mês de outubro. "A segunda onda do ciclo epidêmico cresceu a partir de cadeias de transmissão iniciadas entre jovens dos bairros mais favorecidos do município. Atualmente, há o risco de se dispersar para outras áreas da cidade. A menor mortalidade observada agora relaciona-se em alguma medida à maior contaminação de jovens, cujo risco de complicações é substancialmente reduzido", explica. 

Transmissão espaço-temporal dos casos 

 

A secretaria realizou georreferenciamento de casos confirmados a partir do endereço dos pacientes. Análise espaço-temporal de 3.871 casos registrados em outubro indica um cluster (aglomerados de casos) limitado pelos bairros Dionísio Torres e Joaquim Távora, ocupando praticamente toda área da Aldeota e do Meireles e estendendo-se ainda para o Mucuripe, Varjota, Papicu, Cocó e Cidade 2000. Nesse mês, 55% dos casos eram pacientes com menos de 50 anos, dos quais 47% estavam na faixa etária de 20-39 anos. Apenas 18% eram idosos.

O grande aglomerado de casos detectado nos bairros de muito alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) principalmente Meireles e Aldeota persiste. Em dezembro, há aumento significativo em relação ao mês anterior: 8.316 casos foram georreferenciados. No entanto, já há maior dispersão para as áreas periféricas, com cluster delimitado no bairro Prefeito José Walter. 

Em dezembro, a localização de 5.977 casos indica dispersão importante para outras áreas da cidade, principalmente das Regionais IV e VI. O perfil etário segue quase inalterado com a maioria de pacientes adultos: 47% de 20-39 anos e 31% de 40-59 anos. 

 

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