Setor econômico do Ceará deve funcionar com protocolos sanitários mais rígidos, diz Abrasel
Sesa teria procurado setores da área para construir um planejamento que vise o endurecimento do protocolo sanitário e afaste a possibilidade de lockdownO segmento econômico do Ceará deve cumprir um protocolo sanitário mais rígido nas próximas semanas, após o aumento de casos da Covid-19 seguir sendo registrado no Estado. De acordo com informações da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) tem se reunido com empreendimentos do setor para endurecer medidas e evitar que um novo lockdown (confinamento total) precise ser decretado.
Taiene Righetto, diretor executivo da Abrasel, informou que a pasta procurou setores para mostrar o aumento nos índices da doença no Estado. A preocupação do órgão seria quanto ao período de final de ano, que deve registrar grandes movimentações nos pontos comerciais.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Para evitar que as aglomerações ocorram, a secretaria solicitou que os setores do segmento econômico enviassem propostas de ações preventivas. A pasta busca afastar a possibilidade de lockdown e, segundo Righetto, analisa um meio de endurecer tanto as medidas sanitárias quanto a fiscalização delas em hotéis, comércios, restaurantes e demais empreendimentos da área.
| LEIA MAIS |
Governo do Ceará deve investir mais de R$ 7,5 milhões em processo de vacinação contra Covid-19
Proposta de meta mínima de imunização contra Covid-19 no Ceará é vacinar 1,79 milhão de pessoas
Procurada pelo O POVO, a Sesa não confirmou a informação, mas afirmou que o governador do Estado, Camilo Santana (PT), irá se reunir com o Comitê de Saúde para analisar possíveis mudanças no Decreto- como faz semanalmente. A renovação ou a mudança do documento deve ser anunciada até a próxima sexta-feira, 11, e as ações passam a valer no inicio da próxima semana.
O atual Decreto não permite ainda o funcionamento de bares e determina que restaurantes funcionem até as 23 horas. A proposta enviada pela Abrasel, conforme informou Taiene, é de que os estabelecimentos desse porte no Estado possam ficar abertos até meia-noite.
"Se a gente conseguisse estender um pouco o horário de atendimento, conseguiríamos diminuir o número de pessoas concentradas nos espaços, evitando aglomerações", justifica o diretor. Righetto ainda destaca que um novo lockdown, caso voltasse a ser decretado, impactaria negativamente o segmento.
"Um novo lockdown mata o setor. Se tiver um novo lockdown não vai ter mais restaurantes no Estado (...) Mais de 60% dos restaurantes que estão funcionando trabalham no vermelho e os outros 40% ainda não se recuperaram", destaca o diretor.
Endurecimento necessário
Keny Colares, médico e infectologista do Hospital São José (HSJ), afirma que as medidas sanitárias adotadas no Estado precisam seguir rigidamente para evitar que uma nova onda da doença ocorra. "A segunda onda já causou mais óbitos do que a primeira em alguns países e isso vai acontecer de acordo com nosso comportamento (...) Precisamos tomar cuidado", apontou o especialista.
De acordo com informações divulgadas em boletins epidemiológicos da Secretaria da Saúde Municipal (SMS), o aumento do número de casos na Capital se concentra em jovens. "Imagina-se que talvez seja a exposição desses jovens em atividades sociais que talvez esteja causando isso (...) Em outros países foi observado o aumento da doença entre jovens e depois entre os mais velhos. Eles levam a doença para casa, para os pais, para os avós", explica.
Quanto as medidas sanitárias que estão sendo determinadas em Decreto desde março deste ano, o médico afirma que evitar aglomerações, usar máscara, permanecer a dois metros de distância de outra pessoa fora de casa e todos os outros métodos utilizados são importantes, mas estão sendo esquecidos.
"O que acontece é que quando existe uma redução de casos existe uma sensação de que o problema ficou pra trás, de que a pandemia acabou, as pessoa começam a descuidar. (...) "Se a gente conseguir fazer um esforço para voltar com o cuidado que gente tinha há um tempo pode ser que agente consiga não fechar tudo novamente", pontua o infectologista.